Depois de um afastamento de quatro anos do mandato legislativo, com a não eleição em 2016, quando aproveitou para realizar tratamento de saúde, o atual presidente da Câmara de Vereadores, Deoclécio Lerm, voltou à Casa em 2021 com energias renovadas e cheio de projetos. “Meu objetivo principal, através da política, é de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas do município”, diz.
Integrante e presidente da comissão emancipacionista, que culminou com a criação do município, em 17 de abril de 1996, ele quer resgatar os valores da época da luta pela emancipação, em que os seus defensores eram cidadãos comuns, não políticos, e buscavam formas de desenvolver a pacata localidade, desmembrada de Pelotas.
“Essa foi uma das razões pelas quais eu voltei à política”, afirma o vereador, que articula a não aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe a extinção dos municípios com população inferior a cinco mil habitantes e que representam 10% do orçamento federal. Arroio do Padre, junto com outras 1.217 cidades está nesta situação e o vereador acompanha de perto o desdobramento do tema. “Estavam marcadas duas reuniões, em Porto Alegre, adiadas por causa da bandeira preta, da comissão de assuntos municipais da Assembleia Legislativa com senadores, que têm nos dado bom suporte”, comenta. Na sua visão, voltando a ser território de Pelotas, Arroio do Padre irá perder todas as conquistas dos últimos 25 anos.
A defesa da agricultura, com recursos, assistência e suporte técnico aos produtores é uma de suas frentes de trabalho. “90% da nossa economia vêm da agricultura”, destaca o vereador, que ao longo de 35 anos, exerceu a profissão de caminhoneiro e transportou fumo para a Souza Cruz, segundo ele, um exemplo de suporte técnico ao produtor. Conforme o vereador, é preciso identificar o tipo de trabalho realizado hoje pela Emater no município e onde este suporte técnico pode ser melhorado. Além disso, a atração de indústrias e criação de agroindústrias são fundamentais para o desenvolvimento local. Outro setor que precisa ser fomentado é o turismo.
Com produtos agrícolas como soja, arroz, milho e fumo em alta, ele é a favor da transformação da escola de ensino médio local em escola técnica voltada à agricultura, a fim de incentivar os jovens no campo. “O agro é o nosso melhor negócio e precisamos junto com o Executivo buscar mecanismos para que isso se concretize”, afirma.
Entre as ideias de curto prazo, Lerm defende a instituição do Dia do Fumicultor no município, já que a maioria dos produtores se dedica à fumicultura. “A ideia é dedicar um dia para trazer novidades para a cultura, um dia técnico para discutir temas pertinentes ao setor”, explica.
Com maioria na Câmara, onde cinco vereadores são do Progressistas, três do DEM e um do PSB, o presidente avalia como excelente a relação com o Executivo. “Mesmo com a pandemia não paramos em nenhum momento, com as sessões ocorrendo normalmente, mas com a adoção de todos os protocolos, como uso de máscara e álcool gel e distanciamento”, diz. Ainda, ele defende o fim do lockdown e liberação das atividades econômicas, estendendo o horário do comércio para evitar as aglomerações.
Além disso, entre as melhorias físicas a serem adotadas na Casa, estão investimentos na pavimentação do pátio. Outro projeto é a adoção do sistema digital, com a transmissão das sessões pela internet. Desde 2015, o sistema de trabalho da Câmara está digitalizado, com acesso a todas as informações pelo site.