Arroio do Padre: Produtores de caqui enfrentam a antracnose que compromete a produção no pomar

O produtor Luiz Lichtnow é um dos poucos fornecedores da fruta para a festa do município. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Há vários anos, um fungo vem se instalando nos pomares de caqui de Arroio do Padre e, além de comprometer a produção da fruta, toma conta do pomar e leva à destruição da planta. A doença se manifesta a partir de manchas escuras nos frutos, galhos e folhas. O controle, agravado pelas condições adversas do clima, principalmente por conta da alta umidade, tem sido difícil e a solução encontrada pela maioria dos produtores é a eliminação do pomar e implantação no local de outras culturas, resistentes à doença.

No pomar do produtor Luiz Lichtnow, um dos poucos fornecedores da fruta para a festa do município, o que se vê é a mescla entre plantas saudáveis e outras tomadas pela doença. Segundo Lichtnow, nas últimas edições, houve a queda precoce do fruto e nem mesmo o uso de fungicidas foi capaz de controlar o fungo. Além disso, o produtor também precisa lidar com o ataque de pássaros, como tucanos, caturritas, sabiás e outros pequenos animais, como os quatis, às frutas saudáveis. “Eles cravam o bico ou os dentes, acham a fruta dura e largam, mas os buracos ficam e estas frutas estão perdidas”, detalha.

Lichtnow acredita que a soja seja um dos principais hospedeiros da doença. Lindeiras ao pomar, na propriedade, há lavouras de soja e as plantas mais próximas são as mais afetadas. “Caso não houvesse o problema da antracnose, eu deveria colher em torno de 50 toneladas de frutas, o que geraria emprego e renda”, lamenta.

O produtor afirma que para a antracnose não afetar a fruta, o tratamento precisa ser feito ainda na flor, com vários tratamentos para que não se espalhe. Em alguns casos é preciso usar dose tripla do produto para evitar tanto as doenças das folhas quanto o fungo nas frutas. No pomar, que chegou a ter 1,2 mil plantas, hoje apenas 300 da variedade Fuji resistem e fornecem o fruto saudável para o consumo.

Naquelas plantas que resistem bravamente, o fruto está saudável, com cor e tamanho satisfatório e é esse fruto que será destinado à festa, pelo menos duas toneladas, que já foram colhidas há cerca de duas semanas e armazenadas de forma segura para a sua conservação até o dia do evento. “Muitos preferem a fruta com a polpa mais firme, crocante. Outros preferem ela mais madura e macia”, diz Lichtnow, garantindo que deve oferecer a fruta das duas formas. O produtor não terá uma banca exclusiva e a fruta será oferecida junto ao estande da Cooperativa de Produtores. “A intenção é oferecer a fruta a R$ 8 o quilo, mas para facilitar o troco, vamos oferecê-las em redes de dois quilos e meio”, garante.

De acordo com Lichtnow, no ano passado faltou fruta. O produtor levou os 1,2 mil quilos que colheu para a festa e, nesta edição, pretende reservar de dois a três mil quilos. Em 2025, ele espera colher aproximadamente quatro toneladas de caqui. O frio que chegou uma semana antes da festa deve ajudar na maturação e dar cor à fruta. O calor, ao contrário não favorece o amadurecimento. Faltando uma semana do evento, mil quilos já estavam reservados e armazenados para a festa.

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