
As perspectivas para o manejo e a conservação do solo estão entre as preocupações elencadas pela Emater local junto aos produtores ao longo deste ano. De acordo com o chefe do escritório municipal da Emater de Arroio do Padre, Ricardo Bonini, o trabalho está no começo e tem como objetivo capacitar produtores e discutir o uso e manejo dos recursos naturais.
Durante a Festa Municipal, no estande da Emater, os interessados poderão se informar mais a respeito das inscrições para participar do projeto de conservação do solo e como ele irá funcionar. Segundo Bonini, o contrato ocorreu por meio de emenda de bancada da Câmara de Vereadores, solicitado pela Prefeitura e com execução da Emater.
Bonini conta que serão seis módulos, que preveem excursão, atividades práticas, palestras, entre outros. Além de custear as viagens e a alimentação, os recursos propiciarão a compra de insumos e sementes de plantas de cobertura na implantação de até duas unidades demonstrativas. “O produtor poderá visualizar e apontar possíveis problemas, um processo bem participativo”, ressalta. Bonini destaca que as inscrições devem começar a partir de meados de abril e a intenção é reunir de 15 a 20 produtores.
Por se tratar de um município basicamente agrícola, o trabalho da Emater junto aos produtores locais é fundamental. Conforme Bonini, vários projetos são oferecidos anualmente para os mais diversos segmentos. “No ano passado, o volume de recursos do crédito rural atingiu mais de R$ 5 milhões seja para custeio ou investimento, e estes projetos passaram pela Emater”, sublinha.
Ele cita ainda projetos de irrigação e açudagem disponibilizados por programas estaduais, como o Feaper e Supera Estiagem, ou ainda o programa municipal para irrigação e armazenamento de água. “Somente o município custeou 18 projetos, em que entra com 50% e o produtor com os outros 50%, no limite de R$ 5 mil por projeto”, explica. Todos estes projetos, orçamentos e aquisições são realizados pela Emater, diz.
Produção primária
Entre as principais atividades agrícolas do município está o fumo, presente em 271 estabelecimentos, em uma área total de 1,2 mil hectares, constituindo-se a mais importante, especialmente pela boa remuneração oferecida pelo tabaco.
O milho, apesar de uma área menor, está presente em número maior de propriedades – o total de 341 e atingindo área de 750 hectares. Em muitos estabelecimentos, a cultura é precedida pelo fumo, plantado na resteva em rotação com o tabaco.
A soja vem ganhando grande importância na região Sul do Estado. Em Arroio do Padre, chegou em 28 estabelecimentos e ocupa uma área razoável, de 650 hectares, em um município caracterizado por pequenas propriedades.
A fruticultura atingiu patamar de estabilidade e se constitui como excelente fonte de renda à pequena propriedade. O clima não tem sido generoso com as frutas no último ano, trazendo doenças aos pomares e provocando queda de produção. Doze produtores se dedicam à atividade que ocupa 30 hectares no município. Destacam-se o caqui, a maçã, pitaya e citros.
A olericultura é praticada em 35 estabelecimentos e ocupa uma área de 70 hectares. Outra atividade importante é a bovinocultura de leite, executada em 52 estabelecimentos com uma produção anual de 4,3 milhões de litros.