Os produtores de pimenta de Turuçu, conhecida como a Capital Nacional da Pimenta Vermelha, iniciaram em janeiro a colheita da cultura, que atinge, atualmente, 30% da área total de oito hectares no município e se estenderá até o mês de maio. Devem ser colhidas em torno de 78 toneladas do produto. Esta área se mantém estável há alguns anos, segundo a chefe do Escritório Municipal da Emater, Alessandra Storch.
“A expressividade da cultura não está mais na área cultivada, e sim na grande variedade, qualidade e no processamento da cultura nas agroindústrias familiares do município”, explica.
Segundo ela, a estimativa é de que sejam produzidas mais de 15 variedades, entre elas, Carolina Reaper, Bhut Jolokia, Jalapeño, Bico Doce, Cayena, Habanero, Cambuci e Aromática. “Como destaques estão as pimentas Dedo de Moça e Malagueta, que são produzidas em maior quantidade”, destaca.
Boa parte do beneficiamento desta produção ocorre nas agroindústrias familiares, o que agrega valor ao produto. “Algumas famílias possuem bons mercados para a pimenta desidratada em maiores volumes”, diz a extensionista. A estimativa é de que 15 produtores se dediquem à produção de pimenta no município.
Alessandra comenta que a pimenta é desidratada moída ou inteira e também utilizada para compor conservas, molhos, azeites, doces, geleias, panificados e queijo, que são produtos comercializados na Casa da Pimenta, sede da Cooperativa dos Produtores de Turuçu (Cooperturuçu), localizada nas margens da BR-116, em Turuçu.
Ela explica que as famílias aos poucos aderem a desidratadores fechados, em alvenaria, tecnologia social criada pela Emater, embora ainda haja o uso de pisos de cimento, o que não garante qualidade ao produto final, devido a contaminantes como microrganismos ou poeira. Os desidratadores são construções em alvenaria aquecidos eletricamente ou com a queima de lenha.
“O valor do produto varia com a apresentação e a variedade na qual é ofertada”, diz. Algumas famílias encontram concorrência com produtos de fora do país, o que deixa o preço mais baixo. Além disso, neste ano, os insumos tiveram uma alta o que se reflete no custo total da produção.
A Casa da Pimenta ainda é o principal ponto de comercialização dos produtos à base de pimenta para as famílias produtoras que, durante a pandemia, tiveram o reforço das redes sociais tanto como ferramentas de divulgação, quanto de comercialização desses produtos.
“Todas as exigências e protocolos sanitários para enfrentamento à Covid 19 foram seguidos para possibilitar o funcionamento da Casa da Pimenta nesse período, garantindo abastecimento dos consumidores com segurança”, finaliza Alessandra.