Persistência no meio rural: a história de um jovem casal na produção leiteira em Canguçu

Propriedade registrou crescimento na produção, que chegou a 10,5 mil litros. (Foto: Catarine Thiel/JTR)

Quem trabalha no campo sabe que a persistência é importante para conquistar os seus objetivos. Todos os dias são diferentes, e é preciso não desistir quando as dificuldades aparecem. Esse é o ensinamento que Amanda Weege, de 24 anos, e Marcos Weege, de 32 anos, aprenderam e guardam até hoje na Chácara do Bugres, 2° distrito de Canguçu.

O jovem casal assumiu a produção de leite da propriedade dos pais de Amanda em junho de 2020, continuando um trabalho de gerações. Mas para eles, o começo foi repleto de dificuldades, com um período longo de seca que quase deixou os animais sem alimento, seguido de um surto de tristeza que matou diversas vacas. Mas o amor do casal pela lida com os animais e pela produção leiteira fez com que eles não desistissem, e hoje colhem os frutos da sua dedicação.

A Coopar/Pomerano entrou na propriedade em dezembro de 2015, quando os pais de Amanda, Noemia e Milton tocavam a propriedade e produziam cerca de 5,8 mil litros por mês. Eles foram um dos primeiros da localidade em Canguçu a acreditar na cooperativa. Para o jovem casal, a importância da Coopar/Pomerano é a disponibilidade de sêmen, as explicações e auxílios dos técnicos e entrega dos produtos. Marcos explica que aprendeu muito com os técnicos da cooperativa, e acredita que sempre é possível aprender mais.

A rotina começa às 5h45 com o toque do despertador, um período reservado para conversa e chimarrão, e às 6h35 a ordenha começa a roncar. É mais um dia iniciando na propriedade. Depois as vacas vão para a pastagem, e depois a rotina recomeça. Todos os dias é assim, sem finais de semana e sem feriado. Mas o resultado do esforço é recompensador.

Atualmente, são 27 vacas na propriedade, sendo 21 em lactação, cinco novilhas e quatro terneiras. (Foto: Catarine Thiel/JTR)

Quando começaram, em junho de 2020 a produção mensal era de 7,8 mil litros, no mesmo período em 2021 era de 8,2 mil litros, no ano passado 9,9 mil litros, e neste ano em junho alcançaram a marca de 10,5 mil litros. O casal explica que esse aumento aconteceu ao ajustar detalhes na propriedade.

A quantidade de vacas segue praticamente a mesma, o que mudou foi a qualidade dos animais. Renovação do rebanho, investimentos em sêmen e bem-estar animal contribuíram para o aumento. Atualmente, o casal possui 27 vacas no total, 21 em lactação, cinco novilhas, quatro terneiras, e são produzidos 415 litros dia.

Além dos investimentos nos animais, o casal adquiriu um transferidor, que leva o leite da ordenha até o tanque, sem precisar de tarros, e um aquecedor de água para facilitar a higienização. Para o futuro planejam colocar uma sala de ordenha, para facilitar o manejo com os animais e a ergonomia no trabalho. O sonho do casal é construir um free stall, sistema que mantém os animais protegidos, com camas individualizadas, corredores de acesso e pistas de trato. O bem-estar animal é uma das principais preocupações dos pecuaristas de leite, pois animais bem tratados produzem mais.

Amanda e o marido, Marcos, assumiram a produção dos pais dela, Noemia, à direita, e Milton, e contam com a ajuda da pequena Izadora. (Foto: Catarine Thiel/JTR)

“Até pelas condições climáticas que estão acontecendo, tu tá deitado de noite e pensa que as vacas precisam procurar um abrigo, ou estão deitadas no frio, então às vezes não conseguimos dormir direito pensando que poderia dar um bem-estar melhor para as vacas”, explica Amanda. Mas estes passos serão dados aos poucos. O casal faz os investimentos conforme consegue, e planeja da melhor forma para não comprometer tudo que já investiram. “Tudo que ficou parado no tempo desandou, e por isso precisamos acompanhar as inovações”, acrescenta Marcos.

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