Levantar cedo e percorrer as estradas de caminhão, essa é a rotina que Maicon Roberto Hornke, de 27 anos, conheceu desde pequeno quando acompanhava o pai, Divo Hornke, de 67 anos, pelo interior do sul do estado.
Para Maicon, essa ocupação retrata toda sua vida. “Praticamente cresci dentro do caminhão”, afirma, destacando que quando completou a maioridade, assumiu a direção nas dispensas da escola para dar folga ao pai.
O ex-mecânico Divo trocou as ferramentas pela direção por volta de 1986. Começou trabalhando quando o transporte de leite ainda era feito em tarros e pondera o quanto a tecnologia do transporte do produto a granel facilita o trabalho. “É bem mais fácil hoje do que quando eu comecei”, diz.
Pai e filho alternam os dias da semana atrás do volante para possibilitar o descanso. Assim, eles transportam diariamente entre 12 mil a 16 mil litros de leite na rota que beneficia as cidades de Arroio do Padre, Pelotas, Canguçu e São Lourenço do Sul.
Para isso, eles mantêm a rotina de sair com o caminhão por volta das 4h e retornar para a Cooperativa Mista de Pequenos Agricultores da Região Sul Ltda. (Coopar/Pomerano) – onde trabalham há quatro anos e meio – por volta das 12h.
Essa costumeira prática só é afetada quando o maior problema da profissão se instala: o descaso com as estradas. Os dois motoristas avaliam que a maior dificuldade da profissão é a má condição das vias. De acordo com eles, se houvesse ações para recolocar cascalhos, tapar buracos e arrumar pontes, o dia a dia do motorista seria melhor.