Deputado homenageia Coopar pela passagem de seus 27 anos

(Foto: Divulgação)

O deputado estadual Zé Nunes (PT) homenageou, no Grande Expediente da Assembleia Legislativa desta terça-feira (18), a Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul Ltda (Coopar), localizada no município de São Lourenço do Sul. Antes da homenagem realizada no Plenário 20 de Setembro, a direção da Coopar foi agraciada com a Medalha da 55ª Legislatura, conferida pelo parlamentar, numa cerimônia que reuniu, no Salão Júlio de Castilhos, lideranças políticas e comunitárias da Metade Sul do Estado. “Foi muito especial trazermos para Assembleia, um pouco sabor dos nosso queijos e da bebida láctea, que foi distribuída em todos os gabinetes parlamentares e também um kit presente aos deputados estaduais, bem como a história desta tão importante instituição para nosso município”, declarou Zé Nunes.

Fundada em 1992 por um grupo de 41 agricultores familiares, a organização representa, conforme o petista, uma alternativa de produção e geração de renda. “Foi uma construção desafiadora, trabalhosa, mas gratificante e com ótimos resultados”, frisou, lembrando que a Coopar é a soma de um trabalho coletivo, no qual atuaram técnicos do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, vinculado à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que incentivaram a adoção de modelos de produção sustentável.

A entidade nasceu sem capital. Um projeto enviado à Alemanha para captar recursos garantiu US$ 17 mil para a aquisição de uma área de terras com um prédio comercial desativado, onde está instalada a sede da cooperativa. Hoje, a Coopar está presente em 14 municípios, conta com 4.750 famílias associadas e distribuiu suas atividades entre duas indústrias, que empregam 250 pessoas.

As políticas públicas instituídas a partir do ano 2000 contribuíram, conforme o parlamentar, de forma decisiva para o desenvolvimento da agricultura familiar e o crescimento da cooperativa, que adotou uma gestão eficiente com controle social exercido por sua base. Além de São Lourenço do Sul ter sido pioneiro na aquisição de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar, fato que ajudou a alavancar os negócios, a Coopar se beneficiou também do Programa de Incentivos Sociais Produtivos (Proinco), do BNDES, que foi fundamental para que entrasse no ramo industrial, e do Fundopem, que a partir do governo Tarso alcançou as cooperativas, permitindo a construção de sua segunda unidade fabril.

Somados aos programas de fomento, “a união e o zelo com as coisas da cooperativa e o respeito aos associados”, na avaliação do deputado, fizeram a diferença para a sobrevivência e o avanço da organização, que tem fortes referências na economia solidária, no novo sindicalismo e na sustentabilidade ambiental.

Pomerano

Inicialmente, a Coopar procurou organizar a produção e a comercialização de batata, grãos, hortifrutigranjeiros e suínos, buscando diversificar a produção familiar. Em 2001, a cooperativa passou a atuar também no setor leiteiro, redefinindo seu destino produtivo, do município e também da região. Hoje, a cooperativa é uma referência na produção de leite no Rio Grande do Sul, sendo São Lourenço o maior produtor das regiões Sul, Centro e Campanha. “O município ocupa a 9ª colocação no Estado na produção de leite, entre 496 municípios”, apontou o ex-prefeito de São Lourenço.

Em vez de apenas fomentar a produção e atuar no recolhimento e comercialização do leite a granel, a Coopar optou por enfrentar um mercado competitivo e dominado por grandes empresas, passando a agregar valor por meio da industrialização do produto. Atualmente, a entidade recebe a produção de 1250 associados, que é utilizada na fabricação de leite UHT, queijos, requeijão, nata, doce de leite, bebida láctea e leite em pó, que carregam a marca Pomerano, presente nas prateleiras de supermercados de mais de 100 municípios gaúchos e de cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. “Não faltou quem dissesse que a cooperativa não se viabilizaria num mercado competitivo. “Entretanto, foi uma decisão correta, que mostra que os pequenos podem sobreviver quando atuam de forma cooperada e solidária”, salientou.

Além do trabalho na área de lacticínios, a Cooperativa tem três unidades de secagem, beneficiamento e armazenamento de grãos, dois postos de combustíveis e duas lojas agropecuárias.

Desafios

Zé Nunes encerrou seu pronunciamento analisando os desafios do cooperativismo no mercado mundial, formado por grandes produtores, que influenciam na formação dos preços, e por grandes empresas transacionais, que produzem em escala e buscam impor regras. Abordou também os obstáculos existentes em nível nacional, especialmente, o aniquilamento das políticas de proteção social e os cortes orçamentários. “É neste contexto que temos de renovar a convicção na importância do cooperativismo. Em tempos de neoliberalismo, é tentador o individualismo, mas é preciso fortalecer a ação coletiva”, recomendou.

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