
Às primeiras luzes do dia, quando a maioria das pessoas ainda está dormindo, Roberto Ludtke começa sua rotina de transportador de leite. O caminhão é seu companheiro no trabalho pelas estradas do meio rural lourenciano. E quando o sol começa a aparecer, ele já está cumprindo o seu dever – conectando as propriedades à indústria e fazendo a sua parte para que o alimento chegue com qualidade aos consumidores.
Sua história com o transporte de leite iniciou em abril de 2001, quando tinha 16 anos e começou a trabalhar como ajudante, somente aos domingos. Inicialmente, seu objetivo era simples: sair de casa nos fins de semana. O tempo foi passando e Ludtke foi pegando gosto pelo trabalho. Cerca de três meses depois, passou a alternar com o outro ajudante, ficando uma semana nesse trabalho e outra ajudando os pais na agricultura. Aos 19 anos, uma nova oportunidade surgiu: uma nova linha de transporte precisava de um motorista. Então, o jovem ajudante passou a ser motorista e ter a sua própria linha.
São 23 anos atuando no transporte de leite, sendo 20 como motorista e três como ajudante, sempre com a Coopar e sob a orientação do mesmo patrão. Ludtke conta que vê seu patrão, Ildo, como um pai. Ele aprendeu tudo sobre o ramo com o chefe e é profundamente grato pela oportunidade. A relação entre eles é excelente, marcada por respeito e aprendizado.
Atualmente, o motorista é responsável pelo carregamento da rota 01, mas sua experiência abrange outros trajetos. Ludtke conta que quando uma nova rota inicia é ele quem dá o início, abre os caminhos para, depois, outro motorista assumir. Sua rotina começa às 5h20 em um dia, e às 6h30 em outro. Depois de terminar a sua rota, é hora da manutenção dos caminhões, cuidando de pneus, freios e outros reparos necessários.
As principais dificuldades que o motorista enfrenta são as estradas ruins em tempos de chuva, que dificultam o carregamento e a entrega do leite. No entanto, ele observa que a situação melhorou significativamente. Hoje, todo o leite é armazenado em resfriador a granel e carregado direto na propriedade, e se caso o caminhão atolar, cada produtor já possui um trator bom que pode ajudar. No início, os caminhões eram mais precários, o carregamento era mais difícil, pois era em tarros e baldes, e os tratores antigos, muitas vezes, não tinham forças para puxar um caminhão do atoleiro.
Para Ludtke, o trabalho da Coopar é fundamental para São Lourenço do Sul. Graças à cooperativa, a produção de leite no município foi alavancada, resultando na maior bacia leiteira da região. O motorista conta que serve como intermediário para garantir que as demandas sejam atendidas. Ele valoriza o relacionamento com os produtores e a cooperativa, sempre se esforçando para dar o seu melhor.
Apesar das dificuldades, Ludtke ama o que faz. O motorista aprecia estar na colônia, no meio dos agricultores, mesmo que não esteja lidando diretamente na lavoura. Gosta de seu trabalho e das relações que constrói. A rotina é cansativa, mas ele conta que é uma alegria começar o dia com o despertador, mesmo nos dias frios. “É uma alegria ver o nascer do sol na estrada, quando não é assim, o dia não faz sentido”, finaliza.