Rio Grande busca equilíbrio e qualidade do serviço de transporte público após troca de empresa

(Foto: Richard Furtado)

Desde que a empresa Transpessoal assumiu a totalidade do transporte coletivo na cidade após a não renovação do contrato com a empresa Noiva do Mar, a Secretaria de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança investe na adoção de uma série de medidas para qualificar o serviço e mantém um monitoramento diário sobre a atuação da nova empresa.

A decisão da não renovação de contrato, com a Noiva do Mar, se deu pelas diversas falhas que a empresa vinha apresentando. A farta documentação reunida pelos técnicos da Prefeitura durante fiscalizações e reuniões com representantes dos trabalhadores, apresenta relatos de trabalhadores informando que os ônibus não recebiam manutenção, que alguns veículos chegaram a rodar sem freios e uma série de outros problemas mecânicos graves.

O procurador geral do município, Ênio Fernandez Júnior, revela que por muitos meses a Prefeitura procurou a empresa para conversar e resolver os problemas, mas não obteve retorno. “Como o contrato com a empresa já estava no fim, essa foi a decisão de gestão do governo. Havia um problema que precisava ser resolvido e a resolução foi de não renovarmos o contrato”, diz.

Ainda de acordo com Fernandez Júnior, a determinação do prefeito Fábio Branco é de que: se a empresa Transpessoal não apresentar um bom serviço, o contrato temporário válido por seis meses também não será renovado. “A coletividade precisa ter um bom serviço e isso será cobrado diuturnamente”, afirma.

Transição e ajustes

Dados da Secretaria de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança comprovam o aumento do número de horários ofertados para a população, desde a segunda quinzena de maio, especialmente nas linhas que atendem ao público da Furg. Ao todo, hoje, existem 98 horários à disposição dos estudantes. A tabela foi submetida à aprovação da direção da universidade e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) antes de ser colocada em prática.

A secretaria também está abrindo novos canais de comunicação além do número 156, para receber reclamações e denúncias sobre o serviço. Em breve estarão disponíveis contatos pelo Whatsapp e um grupo no Telegram.

A Transpessoal estava preparada para assumir o transporte coletivo do Rio Grande no domingo dia 15 de maio, porém, com a decisão dos trabalhadores da Noiva do Mar de parar de trabalhar na sexta-feira, a entrada em atividade teve de ser antecipada, o que causou problemas. Apesar da antecipação todos os ônibus disponíveis foram liberados, com isso aqueles que haviam recebido os equipamentos de bilhetagem circularam sem cobrança de tarifa até a quarta-feira, dia 18, para evitar que linhas ficassem desatendidas.

Na audiência pública sobre o transporte público realizada pela Câmara Municipal na última quinta-feira, o representante da Transpessoal, Saulo Eslabão, informou que a empresa está ampliando sua equipe administrativa e contratou 125 novos funcionários, sendo 77 motoristas e 38 cobradores. O empresário diz, também, que dois novos veículos foram comprados e serão entregues até setembro pelo fabricante.

Ainda conforme as informações da empresa novos canais de atendimento ao público estão sendo abertos e horários ampliados. Correções dos percursos, especialmente das linhas que atendem a Furg estão sendo feitas para acabar com os atrasos.

Futuro do sistema

A pandemia, responsável pela redução abrupta do volume de usuários do transporte coletivo, aliada ao aumento dos custos – principalmente dos combustíveis – são apontadas como fatores originários da crise que afeta o setor.

O secretário municipal de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança, Anderson Castro explica que atualmente os insumos impactam muito no preço da tarifa. “O litro do diesel nunca foi mais caro que a tarifa de transporte, o preço do óleo que antes representava 24% da tarifa, hoje responde por 45% do valor”, diz.

Na tentativa de encontrar soluções ágeis e adequadas a realidade da cidade, Prefeitura e Furg firmaram contrato para a atualização do plano de mobilidade. A ideia é que os especialistas da universidade elaborem uma profunda análise do sistema de transporte coletivo do município. O documento servirá de base para a futura licitação que será realizada para contratar as empresas que irão operar de forma definitiva em Rio Grande.

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