FURG lança guia sobre mães d’água e caravelas do litoral gaúcho

Com linguagem acessível, produção entre Instituto de Oceanografia e Peld-Elpa é voltada ao público em geral. (Foto: Divulgação)
Com uma linguagem acessível e que busca traduzir questões científicas envolvendo a biologia desses animais ao público leigo, está disponível o Guia Sobre Mães-d’água e Caravelas do Litoral Gaúcho. O material é organizado pelo professor Renato M. Nagata, do Instituto de Oceanografia (IO) da FURG, em conjunto com professores da Unesp-Botucatu, CEBIMar-USP e alunos do Laboratório de Zooplâncton do IO-FURG.
 

Devido à sincronia entre o período de maior abundância desses animais marinhos e o período de veraneio, ocorre nas praias do Rio Grande do Sul a maior incidência de acidentes com espécies tóxicas de águas-vivas, entre todos os estados do Brasil. O guia mostra quais são as principais espécies, as mais perigosas, quais são inofensivas, o que fazer e o que não fazer em casos de acidente.

Este material de divulgação é direcionado a toda a população que irá aproveitar as praias do Estado neste verão, bem como aos salva-vidas que são diretamente afetados quando esses animais geram surtos de acidentes em banhistas.

Um estudo realizado por pesquisadores da FURG e Unesp relatou mais de 250 mil acidentes envolvendo esses animais no litoral gaúcho entre 2017 e 2019, quantificados pelo Corpo de Bombeiros. Porém, segundo dados do guia recém-lançado, o número real deve ser bem maior, devido às subnotificações.

“O animal não é agressivo, essas incidências são resultado da presença do animal nessa época do ano, que acabam tendo muito contato com os banhistas”, afirma o professor Renato Nagata.

O possível aumento de incidentes pode ser atribuído a fatores de degradação dos oceanos, como o aumento da poluição, da pesca predatória e expansão das áreas com baixa concentração de oxigênio, que matam os predadores naturais das águas-vivas, como tartarugas e peixes. Além disso, o aumento da temperatura nos oceanos, em decorrência das mudanças climáticas, tende a favorecer a reprodução desses
organismos.

O projeto envolve o Instituto de Oceanografia da FURG, que produziu o material, e o Projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração Peld-Elpa, responsável pela produção e divulgação.

O material pode ser conferido na íntegra aqui.

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