Vacinas contra a gripe comum (influenza) e contra a Covid 19, principalmente a última versão, bivalente, são as principais armas disponíveis à população para combater doenças respiratórias típicas de inverno. A afirmação é da médica pneumologista e coordenadora do Colegiado da Faculdade de Medicina (Famed/UFPel), Silvia Macedo.
No momento, as doses para a influenza estão disponíveis a toda população a partir de seis meses de idade gratuitamente, via Sistema Único de Saúde (SUS), em postos de saúde, sem limitação etária. No caso da vacina contra a Covid, a aplicação está liberada para a população acima de 18 anos de idade.
A profissional de saúde garante: vacinas são seguras, eficazes e não causam doenças, ao contrário, as combatem. “O que pode ocorrer é gerar uma resposta inflamatória e provocar sintomas, em geral leves, mas infinitamente inferiores ao risco das doenças que as vacinas previnem”, afirma ela.
Silvia mais uma vez explica o funcionamento da vacina no organismo. Segundo ela, as doses contêm material biológico dos agentes que provocam as doenças para as quais o imunizante atua preventivamente, o que faz com que o sistema imunológico reaja com produção de anticorpos. “Vacinadas, as pessoas estão protegidas, bem como as que com elas convivem, na família ou no trabalho, é um processo que se propaga e, assim, alcançamos uma imunidade mais significativa do ponto de vista global”, afirma.
Etiqueta respiratória
Dentre as lições aprendidas com a crise sanitária provocada pela pandemia, a pneumologista recomenda manutenção de uma “etiqueta respiratória” em caso de gripe. Nada que não se vivenciou durante a fase aguda da covid: evitar contato com outras pessoas e recorrer ao uso de máscara em caso de sintomas. “Quem tiver [máscara], use; se for criança, não leve à escola, isso vai diminuir o grau de transmissibilidade”, justifica.
A médica reforça que não é preciso se constranger para usar a máscara depois que o pior já passou. Para ela, faria bem à saúde coletiva se a população brasileira aderisse ao acessório quando estivesse sofrendo alguma doença respiratória transmissível. “No Japão e em outros países asiáticos é muito comum, há anos, usar máscara quando se tem sintomas”, informa.
Prevenção
Parte da população que sofre de doenças alérgicas que acometem as vias respiratórias, como asma e rinite, são mais vulneráveis a infecções bacterianas, como congestão nasal, sinusite, otite e bronquite. A esse contingente, em especial, ela recomenda evitar ambientes fechados e exposição à poeira, mofo, fumaça e variações de temperatura – eventos desencadeantes de crise alérgica.
Para a umidade característica do inverno pelotense, propícia ao emboloramento de roupas guardadas há bastante tempo, como é o caso do vestuário de inverno, a médica sugere que sejam lavadas com água quente e morna para depois secar ao sol a fim de evitar fungos, agente causador de mofo das peças.
Aos idosos, acima de 60 anos, – pelo envelhecimento do sistema imunológico -,
e crianças com menos de cinco anos, – pelo efeito contrário, a imaturidade deste mesmo sistema, e também por ainda terem as vias respiratórias muito pequenas, “entopem” com mais facilidade – ela reforça a importância das vacinas, do convívio em ambientes aquecidos, mas ventilados “com alguma corrente de ar – não ‘vento encanado’”, completa.
E, claro, agasalho, o frio é importante desencadeador de doenças alérgicas respiratórias. Por último, reitera: “Se estiver com sintomas, evite fazer visitas, não descarte máscara e uso do álcool gel”, alerta.