A Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e Embrapa Clima Temperado Pelotas apresentaram, durante coletiva de imprensa online, na tarde de quinta-feira (28), as novidades da 31ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, com o tema “Os novos rumos do sistema de produção”. O evento, que terá formato híbrido (online e presencial), ocorre pelo terceiro ano consecutivo, na Estação Experimental Terras Baixas (EETB) da Embrapa Clima Temperado, localizada em Capão do Leão, de 9 a 11 de fevereiro.
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), entidade realizadora do evento, Alexandre Velho, explica que muitas das atividades terão acesso pela internet, como palestras, ato de abertura e homenagens aos produtores. “As vitrines tecnológicas, onde serão apresentados os manejos, variedades e tecnologias testadas, que os produtores precisam visualizar, serão presenciais”. No entanto, o local, com um total de 9 hectares terá o acesso limitado a 1,2 mil pessoas por dia, explicam os organizadores.
Devem ser seguidos todos os protocolos de segurança tais como, medição de temperatura, locais diferentes para entrada e saída do parque, uso obrigatório de máscaras, inscrições online, estandes exclusivamente abertos, reforço das equipes de limpeza, entre outros.
Velho anunciou ainda algumas novidades para esta edição como a participação da Câmara Setorial Nacional do Arroz, e a presença inédita das Universidades Federal de Santa Maria (UFSM), Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Federal de Pelotas (UFPel) com experimentos. Outra presença destacada pelo presidente é da Epagri SC.
Está confirmada também a participação virtual da ministra da Agricultura, Teresa Cristina e presencial do vice-presidente General Amilton Mourão, no ato de abertura, no dia 11. “Pela primeira vez nestes 30 anos, não teremos participantes de fora do Brasil”, ressalta. Segundo ele, o evento terá o apoio do Ministério da Agricultura (Mapa) e total respaldo da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul).
O chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Roberto Pedroso de Oliveira, destacou que a instituição traz para o evento tecnologias de oito de suas unidades de pesquisa distribuídas pelo Brasil. “A Embrapa continuou trabalhando com muita responsabilidade, garantindo a segurança de seus colaboradores e público em geral. Estaremos expondo o que temos de melhor em tecnologias para terras baixas”, afirma.
Entre os temas que serão abordados ele destaca Tecnologia BioAS para avaliar a saúde do solo, importância da rotação, coberturas e integração lavoura-pecuária em terras baixas, 16 tipos de experimentos com plantas forrageiras para integração lavoura-pecuária, mitigação de emissão de gases de efeito estufa, manejo das plantas daninhas em ILP, sistematização de solo, manejo das cultivares de arroz da Embrapa, entre outros.
A expectativa de Oliveira é que a Abertura da Colheita seja, mais uma vez, um espaço de fortalecimento da relação entre a Embrapa e o setor produtivo. “Nosso foco está em mostrar os resultados das atividades de pesquisa em terras baixas, envolvendo a cultura do arroz, que é o carro-chefe deste ambiente, e outras culturas como a soja, o milho, o sorgo, e a ILP”, destaca.
O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Ivan Bonetti, destacou o
protagonismo do arroz como o segundo em importância na atividade agropecuária do
Estado. “Está presente em 200 municípios do Rio Grande do Sul, perdendo apenas para
a soja que abrange 500 municípios na geração de receita e empregos. “Além disso, 70% do arroz produzido no Brasil é oriundo do Estado”, afirma. Ele observa ainda, que os preços médios, neste início de colheita, encontram-se em patamares superiores ao ano passado, de R$ 85 o saco.
Foi destacado ainda, durante a entrevista coletiva, que o peso do arroz no valor da cesta
básica é de 2 a 3%. Num prato com arroz, feijão, proteína e salada, o arroz é mais barato que a salada. Uma família com quatro pessoas, gasta em média de R$ 20 a R$ 25 por mês com a compra de arroz.
Arroz
A área total estimada para a cultura na safra 2020/2021 é de 930 mil hectares em todo o
Estado. A Zona Sul, região anfitriã da Abertura pelo terceiro ano consecutivo é responsável por 162 mil hectares. Segundo o coordenador regional do Irga Zona Sul, André Matos, que as lavouras da região encontram-se na fase de enchimento de grãos e a previsão é de que a colheita se inicie por volta do dia 20 de fevereiro.
Ele ressalta que em alguns locais do Estado, como a região do Litoral Norte começaram a colher mas em áreas ainda muito pequenas, em municípios como Santo Antonio da Patrulha, Capivari e Torres. “70% da lavoura gaúcha é colhida no mês de março”, reforça.
A Abertura terá a visitação preferencial de produtores rurais e suas equipes, além dos engenheiros agrônomos e técnicos das empresas ligadas à cadeia produtiva arrozeira, pesquisadores das principais instituições de pesquisa (Embrapa, IRGA e Epagri), além da presença de representantes das Universidades (UFPEL, UFRGS e UFSM). Haverá a estrutura de estandes, com 60 empresas expositoras e instituições de diversos segmentos na área de realização do evento, a fim de demonstrar as atuais tecnologias disponíveis ao mercado.