
Diversos municípios do Rio Grande do Sul têm enfrentado a falta de energia elétrica nas últimas semanas em razão do temporal do dia 21 de março. Além dos diversos danos, o problema afeta os produtores de tabaco da Região Sul, que estão no estágio final da colheita. A interrupção do fornecimento de energia tem impactado diretamente a produção, comprometendo a operação de equipamentos e sistemas de processamento essenciais. Segundo dados da Emater/RS-Ascar os prejuízos são em torno de R$1 milhão somente no município de Canguçu.
No sul do Estado, a área total de plantação de tabaco é de 25.600 hectares, com a participação de 8.977 produtores. De acordo com o extensionista rural da Emater/RS-AScar, Evair Ehlert, a falta prolongada de luz, superior a dois dias consecutivos, acarreta diversos prejuízos para as propriedades rurais. Isso ocorre porque, atualmente, a secagem das folhas de tabaco é feita em estufas pré-moldadas ou construídas em metal, equipadas com motores elétricos para circular o ar quente (ventilação e exaustão). Com a falta de energia, os geradores de baixa capacidade podem ser danificados, contribuindo para o aumento dos gastos com energia alternativa e afetando diretamente no custo de produção do tabaco seco.
Os produtores que ainda possuem estufas convencionais em bom estado e não dependem de energia elétrica tem a possibilidade de utilizar essas estruturas para a secagem. No entanto, caso as folhas não sejam secadas adequadamente, o tabaco terá apenas utilidade como composto para os solos das lavouras. “Os prejuízos, observando o período mencionado, foram menores em muitas propriedades rurais produtoras de tabaco devido a colheita do tabaco e a secagem deste estarem em final de colheita, concluindo esta etapa.” afirma Ehlert.