Coopar/Pomerano e sua história de apoio ao melhoramento genético

Dentre os investimentos realizados, está a aquisição de botijões para inseminação artificial. Foto: Divulgação

Elaboração: Dep. Técnico do Leite Coopar/Pomerano

Em 20 anos de apoio ao melhoramento genético dos bovinos leiteiros na região, a Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar/Pomerano) sempre procurou apoiar, de uma forma ou outra, os produtores de leite associados no melhoramento genético do rebanho. Apoio este que implicou em diversas ações, muitas vezes simples, porém fundamentais para ajudar os cooperados a começarem a usar a inseminação.

Há duas décadas, a inseminação artificial não era algo tão comum, tudo era mais difícil, não se tinha muitos inseminadores. Neste sentido, era preciso fazer os produtores se interessarem, acreditarem no resultado que podiam atingir e o principal meio para isso foi facilitar o acesso à tecnologia. Entre as ações desenvolvidas, são evidenciados os apoios para que produtores conseguissem fazer o curso de inseminação, nos deslocamentos necessários (transporte), para aquisição e abastecimento de botijões, oferta de touros com menor preço, formação de grupos, entre outros. De uma forma geral, a Coopar ajudou na organização do processo de inseminação e do melhoramento genético na região de atuação.

A Coopar/Pomerano, por meio do Departamento Técnico, sempre avaliou a inseminação artificial como uma prioridade para o desenvolvimento da atividade leiteira, pois melhoramento genético não se faz de uma hora para outra, leva tempo, requer dedicação e paciência por parte dos produtores.

Cooperativa apoia o melhoramento genético dos bovinos leiteiros há 20 anos. Foto: Divulgação

Pode-se dizer que o intervalo entre a geração antes do genoma era de sete anos, ou seja, se levava sete anos para evoluir uma geração. Com isso, tinha que se começar logo e acertar ao máximo na escolha dos touros e nos acasalamentos, para que o melhoramento ocorresse de maneira progressiva e positiva.

Com o passar dos anos e com o crescimento deste trabalho, foi criado de modo mais organizado o “Programa de Inseminação da Coopar/Pomerano”, que existe até hoje. Este programa, entre muitos formatos/variáveis que já teve no decorrer dos anos, contemplou muitos produtores com doses de sêmen e nitrogênio líquido para armazenagem de sêmen.

Desta forma, o programa foi criado a fim de permitir acesso ao sêmen de qualidade, com ótima relação custo/benefício. Os touros disponibilizados passam por um forte processo técnico de seleção, com objetivo de ofertar aos produtores touros com características melhoradoras e minimização de erros.

Com a chegada do genoma, a evolução genética apurou muito, mas o uso de um touro que imprima de forma negativa alguma característica que seja fundamental para o bom desempenho produtivo pode ser um retrocesso muito grande. Além de seleção dos touros, a cooperativa consegue repassar estes materiais com custo mais baixo, devido ao grande volume comercializado e também com condições diferenciadas de pagamento.

Hoje, é possível ver claramente o resultado buscado no decorrer destas duas décadas por meio deste programa de melhoramento genético em “massa”. Animais funcionais, equilibrados e longevos, com muita saúde, conformação com destaque para úbere e produção de leite com sólidos. Atualmente, não é difícil encontrar propriedades produzindo ótimo volume de leite com médias surpreendentes. Existem propriedades na região com 40 litros de média/vaca/dia, com sua base genética formada basicamente com touros ofertados pelo Programa de Inseminação Artificial Coopar/Pomerano.

Principais avaliações
Todas as características dos touros são avaliadas para possibilitar a escolha no melhor material com relação a seu custo/benefício. Procura-se encontrar touros mais completos possíveis, dentro do valor ofertado. Entre as principais características buscadas, estão: fertilidade, Contagem de Células Somáticas (CCS) baixa, úbere, Total Perfomance Index (TPI), mérito líquido, facilidade de parto, entre outras. Leite e sólidos também são levados em conta, porém, normalmente estes já vêm inclusos devido às altas médias de leite evidenciadas nos países de origem dos touros.

Explicando algumas destas características

Fertilidade (Taxa de concepção do touro, índice de prenhes das filhas): Características ligadas a fertilidade, são cruciais para um programa de melhoramento, visto que possuem correlação direta com resultado produtivo/econômico da propriedade. Claro que para se obter bons indicadores reprodutivos, muitas situações devem ser levadas em conta, porém a questão genética pode contribuir muito.

CCS – (Contagem de Células Somáticas): Perante as frequentes alterações das normativas, a fim de exigir maior qualidade no leite produzido, a contribuição da genética para redução da CCS é bem interessante. Novamente, destaca-se que para se ter CCS baixa, ações de manejo e controle, são fundamentais.

Úbere: Também deve ser uma prioridade, visto que para uma vaca se tornar longeva o úbere deve dar condições. Levando em conta a realidade da nossa região, onde vacas caminham muito por terrenos desnivelados, o úbere precisa ter bons ligamentos e ser aderido, permitindo conforto para o animal e saúde da glândula mamaria.

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