Com 841.455 hectares, a colheita do arroz da safra 2021/2022 no estado se aproxima do final. Os últimos dados, divulgados no dia 22 de abril pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) mostram que 87,91% da área total semeada de 957.185 hectares estão colhidos.
Com 93,98%, a Zona Sul é a segunda região arrozeira mais adiantada, com 152.111 hectares do total semeado de 161.842 hectares e registra uma produtividade de 8.843 quilos por hectare, um pouco acima da média estadual, que é de 8.420 quilos por hectare.
De acordo com o coordenador da regional Zona Sul do Irga, André Matos, os trabalhos devem se estender ainda até os próximos oito dias em todos os municípios produtores. Segundo ele, o clima não inviabiliza os trabalhos no campo, já que o arroz pode ser colhido com o terreno encharcado, no entanto, tem atrapalhado quem está colhendo a soja. Na sua avaliação, esta foi uma safra extremamente difícil. “A estiagem afetou o manejo da lavoura e provocou uma redução de produtividade”, disse. Na safra 2020/2021, a produtividade média da região ficou em nove mil quilos por hectare.
Com 94,45% da área colhida (101.090 ha de 107.024 ha), a Planície Costeira Externa (PCE) continua sendo a mais adiantada entre as seis regionais do Estado. O rendimento de 7.867 quilos por hectare, no entanto, é um dos mais baixos e não atingiu a média do estado.
Na região da Campanha, a colheita já avançou sobre 89,44% da área, ou seja, 122.521 hectares foram colhidos de um total de 136.993 hectares plantados. Na Planície Costeira Interna (PCI), com 86,85%, e na Fronteira Oeste (FO), com 86,61%, o ritmo dos trabalhos está muito semelhante, com 120.251 ha de 138.460 ha colhidos na PCI e 246.545 ha de 284.654 ha, na FO. A Região Central é a que está com o ritmo mais lento e também registra a menor produtividade, de 7.849 quilos por hectare. Está colhida 77,17% da área, o que representa 98.938 ha de um total de 128.212 ha plantados.
O sétimo levantamento foi elaborado pela Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural da autarquia, a partir de informações coletadas pelas equipes dos Núcleos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nates) junto aos produtores.
Custos e preços da saca
A Emater/RS-Ascar informou que os trabalhos de colheita na região seguiram até os dias 22 e 23 de abril e foram paralisados devido às chuvas, mas transcorreu sem relatos de dificuldades operacionais ou de logística, com bastante agilidade e intensidade. Os técnicos registram áreas com produtividades acima dos 10 mil quilos por hectare, o que não será a média geral do total semeado, pois as produtividades médias têm se mantido na marca de 8,5 mil quilos por hectare.
Os produtores de arroz já estão pagando mais caro pelas operações de colheita e pelo frete para o transporte, impactando no custo de produção. As lavouras ainda não colhidas estão na fase de maturação dos grãos em pouco mais de 6% das áreas.
Os preços do saco de arroz em casca, na praça de Pelotas, estão operando novamente em queda nas cotações da semana, com valores caindo de R$ 73 para R$ 72,50 por saco de 50 quilos. Este preço é para o arroz posto nas beneficiadoras de Pelotas e sem o desconto do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Acontecem variações nos preços praticados nos municípios em razão da qualidade do arroz, rendimento de engenho e do frete. Valores pagos aos produtores em Santa Vitória do Palmar estão em R$ 73,87, em Santana da Boa Vista a R$68,00, em Jaguarão a R$ 73, em Arroio Grande a R$ 74, em Turuçu e São Lourenço do Sul a R$ 76, sendo todos sacos com 50 quilos do grão seco, com casca e limpo.