Zé Nunes propõe compensação para os produtores de tabaco que não receberam os benefícios da variação da moeda

Deputado Zé Nunes é Frente Parlamentar em Defesa dos Produtores da Cadeia do Tabaco da Assembleia Legislativa do RS. (Foto: Divulgação)

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Produtores da Cadeia do Tabaco da Assembleia Legislativa, considera inaceitável o que ocorreu este ano sobre a comercialização do tabaco. “Realizamos audiências públicas e constatamos o não cumprimento da legislação federal, que trata da lei da integração por parte das empresas fumageiras no RS, não realizando acordo para firmar reajuste de preços do tabaco em folha. Cada empresa apresentou um custo de produção e faz este custo baseado no que lhe interessa. O sistema de classificação do tabaco gaúcho é unilateral e conforme os interesses de quem compra o produto”, criticou.

Segundo o parlamentar, o ano de 2020 já foi de extrema dificuldade em relação à classificação do fumo. Todos os produtos e insumos agrícolas que foram comercializados em dólar, porque dependem da matéria-prima importada, e que têm seu preço baseado no dólar, tiveram reajustes. “Mesmo tendo 85% do tabaco comercializado através do sistema de exportação, alguns produtores venderam seu produto ao preço aquém de três, quatro anos atrás. Era isso ou não venderiam sua produção”, lamentou.

Ele explica que na hora de comprar os insumos, houve aumento de quase metade do valor para a próxima safra, mas quando chegou na reta final da venda da safra, o produto foi reajustado para além das tabelas de classificação, num processo que considera desorganizado e desestruturado. “Um verdadeiro absurdo”, avaliou.

“As famílias trabalham o ano inteiro, com sol, cerração e chuva e precisam entregar o produto em valor muito abaixo do valor real. Elas estão sendo lesadas no que lhes é mais importante, a recompensa do suor de seu trabalho”, disse.

Zé Nunes informou que está oficiando as empresas para que haja uma compensação para esses agricultores que não receberam os benefícios da variação da moeda, uma bonificação, e que o produtor que vendeu o produto aquém do valor, seja compensado. “O recurso vai entrar na renda das famílias e na economia dos municípios, dinamizando o comércio local. Também estamos organizando com a Emater uma forma de cálculo de custo de produção que seja neutra e universal, olhada por todos – preço pago aos produtores e o valor de referência estabelecido no Funiagro.

A cadeia

A cadeia do tabaco é um setor social extremamente importante. O Rio Grande do Sul possui aproximadamente 75 mil famílias de produtores de tabaco. O produto responde a 10% das exportações do RS, e está presente em 220 municípios, sendo em vários deles a principal atividade econômica.

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