EUA buscam coalizão global contra Irã

O novo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, durante entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, inicia hoje (24) viagem ao Oriente Médio com o objetivo de formar uma coalizão internacional contra o Irã, após o acirramento das tensões nos últimos dias entre os dois países.

Pompeo visitará a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, aliados sunitas de Washington que temem o aumento da influência do Irã, país de maioria xiita. A passagem do secretário de Estado por Jedá e Abu Dhabi foi marcada às pressas na semana passada, na esteira de uma viagem marcada à Índia e antes de se juntar ao presidente dos EUA, Donald Trump, em sua próxima visita ao Japão, para a cúpula do G20, e Coreia do Sul.

A viagem de Pompeo para o Oriente Médio foi anunciada já pouco antes de sua partida, o que é um sinal de que as preparações ocorreram às pressas devido à imprevisibilidade dos desdobramentos da crise com o Irã. Na semana passada, Trump chegou a autorizar um ataque militar ao Irã, mas voltou atrás em cima da hora.

“Conversaremos sobre como assegurar que estejamos todos estrategicamente alinhados e de que forma podemos construir uma coalizão global, uma coalizão não apenas com os Estados do Golfo, mas também na Ásia e na Europa, que compreenda esse desafio e esteja preparada para se impor ao maior patrocinador do terror em todo o mundo”, disse Pompeo antes de embarcar rumo a Jedá.

Pompeo manteve o mesmo tom adotado por Trump e pelo vice-presidente americano, Mike Pence, ao dizer que os EUA estão prontos para iniciar negociações com Teerã sem estabelecer condições. Essas declarações visam trazer algum alívio às tensões entre os dois países, acirradas desde o início do governo Trump, com a retirada dos EUA do acordo nuclear de 2015 com o Irã e a reimposição de pesadas sanções econômicas.

O secretário de Estado disse que seu objetivo no Oriente Médio é negar ao Irã os “recursos para apoiar o terror, desenvolver seu sistema de armas nucleares e seu programa de mísseis”, além de “manter a segurança dos interesses americanos e do povo americano em todo o mundo”.

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