
O Jornal Tradição Regional ouviu depoimentos de membros de instituições da Zona Sul e autoridades, que promovem um balanço de 2022 e projetam as perspectivas para 2023.
Eduardo Leite (PSDB) – governador reeleito do Rio Grande do Sul

“Na nossa primeira gestão, colocamos a nossa energia em uma agenda que priorizou o ajuste fiscal, colocando as contas em dia, reduzindo responsavelmente impostos e realizando o maior ciclo de investimentos da história recente. Tenho dito que a partir de 2023 o foco será acelerar as políticas públicas, melhorando a performance da presença do governo do Estado em todas as áreas. No nosso plano de governo vitorioso nas urnas, apresentamos cinco prioridades centrais. A principal é melhorar a qualidade da educação. Também queremos fazer do Rio Grande do Sul um polo nacional de qualidade no atendimento à saúde e combater a pobreza. Do ponto de vista do desenvolvimento, temos como meta apoiar o agronegócio, a agricultura familiar e o enfrentamento dos ciclos das secas, além de crescer com inovação, transição energética e sustentabilidade. São estas as nossas prioridades e tenho a convicção de que este novo momento irá beneficiar o sul do Estado”.
Douglas Silveira (Progressistas) – presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) e prefeito de Cerrito

“Mais marcante para nós em 2022 foi a conclusão junto ao governo do Estado da pavimentação da ERS 706, que liga Cerrito a BR 293, numa articulação da Azonasul e do próprio município, uma obra que também beneficia Pedro Osório e é importantíssima para toda região, a ligação de Bagé a Jaguarão passa por ali. De negativo temos a queda da arrecadação dos municípios com o encolhimento das alíquotas do ICMS aprovada pelo Congresso Nacional, nos pegando de surpresa, no meio do nosso orçamento fiscal de 2022. Felizmente as prefeituras estavam organizadas, tanto é fato que praticamente todos os municípios da Zona Sul estão com o 13º em dia. Ainda temos umas batalhas, como a estrada 608 em Pedras Altas, a de Amaral Ferrador, a conclusão da BR 116 e a do último lote da 392, junto ao Porto do Rio Grande, esperamos que se possa concretizar nos próximos anos”.
Daniel Trzeciak (PSDB) – deputado federal reeleito

“2022 foi o ano de retomada, da economia pós-pandemia, de pautas importantes à nossa região. Na continuidade das obras de duplicação da BR-116, onde já temos 70% concluída; na luta pela redução da tarifa dos pedágios; na conclusão do Contorno de Pelotas. Na eleição tivemos o reconhecimento da Zona Sul, que fez com que pudéssemos retornar a Brasília. Teremos mais um mandato para seguir trabalhando pela região. Vou seguir fazendo o que deu certo, o que a população compreendeu e reconheceu. Para 2023 a projeção é que tenhamos um ano difícil na parte econômica. Mas na sequência dessas lutas, de poder gerar emprego, desenvolvimento econômico, a questão da hidrelétrica no Rio Grande, na questão do turismo. Sem contar, é claro, a pauta da infraestrutura, com a conclusão da BR-116 e a luta do pedágio. Importante que possamos seguir nesse trabalho coletivo, essencial ao nosso desenvolvimento. Então, que venha 2023, com muito resultado para todos nós”.
Alexandre Lindenmeyer (PT) – deputado federal eleito

“O que mais marcou 2022 foi a vitória do Lula, principalmente no contexto em que Bolsonaro utilizou todos os meios possíveis para ganhar a eleição. Foram gastos R$ 800 bilhões para se manter no poder utilizando a máquina pública. Lula não venceu um adversário, venceu o Estado brasileiro, que foi usado escandalosamente em prol de uma candidatura.
Minha expectativa para 2023, a partir da eleição do Lula, é de que se retome o diálogo, se reconstituam políticas públicas em todas as áreas, o fim das emendas secretas, mais transparência e restabelecimento de pontes que nos levem ao diálogo e a liberdade de opinião nos parâmetros da legalidade. O Brasil precisa de políticas públicas na cultura, saúde, educação, habitação popular, exatamente o que não vimos nos últimos quatro anos. O quadro é difícil, mas estou otimista para trabalhar em prol da Zona Sul, à disposição para dialogar”.
José Nunes (PT) – deputado estadual reeleito

“A eleição presidencial, sem dúvida, foi o que de mais marcante tivemos em 2022, ainda mais numa conjuntura extremamente polarizada sobre projetos de País, Estado, democracia e Constituição – permanentemente ameaçadas nos últimos quatro anos. Felizmente a maioria do povo escolheu um outro projeto político. Lula, depois de toda perseguição que sofreu, de permanecer 580 dias preso ilegalmente, depois que o juiz que o condenou virar ministro, o pessoal que o denunciou abandonar o Ministério Público e entrar para a política, se elege para seu terceiro mandato como presidente da República pelo sufrágio universal, derrotando um presidente que pela primeira vez não se reelege. Foi um grande acontecimento.
Para 2023 espero um ano melhor. O novo governo não vai superar todas as dificuldades, mas já no primeiro ano vamos ter o retorno das relações republicanas na política, o resgate das relações políticas baseadas no respeito à diferença e a estabilização da democracia.”
Pedro Pereira (PSDB)

“Sempre trabalhei com muita seriedade, com o objetivo de melhorar a vida das pessoas. Na atual legislatura, tive importantes leis aprovadas, como a que extinguiu a pensão vitalícia e subsídios de ex-governadores; a que permitiu que as empresas do ramo farmacêutico doem medicamentos ao Estado, e a que prevê a implantação de sistemas de energia solar fotovoltaica em prédios públicos de propriedade do Rio Grande do Sul. Tenho orgulho de ser médico e de estar deputado. Fui eleito mais uma vez devido ao meu trabalho que gera resultados.
Na próxima legislatura, a partir de 2023, vou continuar brigando e trabalhando com a mesma garra, pautando assuntos polêmicos e lutando contra os privilégios. Irei, junto com o governo, continuar melhorando a área da saúde, da educação, da segurança pública, da infraestrutura e do agronegócio”.
Ronaldo Maciel – gerente regional da Emater/RS-Ascar

“Em 2022 a Emater-RS/Ascar regional Pelotas teve um trabalho intenso na capacitação do quadro técnico. Todos os extensionistas da região foram capacitados na forma presencial ou virtual. Dentre as áreas trabalhadas podemos citar a olericultura, apicultura, bovinos de leite, ovinocultura, gestão de unidades operativas e agroindústria.
Em 2023 temos como expectativa manter a qualificação dos extensionistas rurais. Além de ampliar a qualificação de produtores rurais no Centro de Treinamento de Agricultores de Canguçu. Dentre os cursos oferecidos estão as boas práticas de aplicação de defensivos agrícolas, apicultura, bovinos de leite, inseminação artificial, dentre outros. Também queremos ampliar o número de produtores assistidos pela Emater-RS/Ascar em toda a região Sul”.
Roberto Pedroso – chefe da Embrapa Clima Temperado

“Em 2022, a Embrapa Clima Temperado seguiu sua missão de promover o desenvolvimento social e econômico do Brasil, gerando tecnologias sustentáveis e auxiliando na construção de políticas públicas. Resultados relevantes foram obtidos em: 1) Melhoramento genético de amora-preta, arroz, azevém, batata, cebola, morango e pêssego; 2) Sistemas de produção de grãos, com a tecnologia sulco-camalhão, que viabiliza o cultivo de soja e milho em Terras Baixas; 3) Sistemas de produção de base ecológica; 4) Questões ambientais, como a mitigação de gases de efeito estufa e a rota dos butiazais; e 5) Ações sociais, como a Fazenda Doce de Leite para crianças. Participou-se da Abertura da Colheita do Arroz, Expofeira Pelotas, I Feira da Agroecologia, Expoagro Afubra, Expodireto, Expointer, Caravana Embrapa, dentre outros eventos, envolvendo milhares de pessoas.
Para 2023, prevê-se o mesmo empenho no desenvolvimento de pesquisas em prol da segurança alimentar da sociedade e da proteção dos biomas”.
Nilson Loeck – presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas

“Foi um ano muito difícil, ainda sentimos os efeitos da pandemia, agravado pelos efeitos da estiagem. Para exigirmos apoio mobilizamos, junto aos nossos sindicatos, seis mil produtores em Ijuí. Graças a isso conseguimos junto ao governo do Estado R$ 1.000 por família até fevereiro de 2023. Foi um demonstrativo de que, quando se trabalha sério, uma entidade sindical é de extrema importância. As pessoas devem pensar nisso, custa dinheiro [manter um sindicato] e é importante a todos na luta para a conquista dos nossos objetivos. Uma reconquista importante foi a possibilidade de compra de terra de crédito fundiário por meio do Terra Brasil – o agricultor lamenta profundamente o fim do Banco da Terra, cortado há 20 anos pelo presidente eleito.
Em 2023, ano em que o nosso Sindicato completa 60 anos, o indicativo é de preocupação devido à estiagem. Mas o agricultor sempre acredita em dias melhores”.
Fernando Rechsteiner – presidente do Sindicato Rural de Pelotas

“Foi um ano desafiador à produção agropecuária regional, a guerra que desestabilizou o custo de produção das principais produções da região, com preços de fertilizantes triplicando, de defensivos quadruplicando, de combustíveis sem nenhuma referência, cada semana um preço diferenciado. Isso trouxe uma grande preocupação: os custos de produção subiam e não tínhamos garantia de que a cotação dos nossos produtos acompanharia a alta dos custos de produção. Felizmente ao longo do ano assistimos a uma recuperação do preço dos nossos grãos, inclusive do arroz. O Brasil se consolida como grande fornecedor mundial de alimentos, e a região é parte disso, com exportações fortes de soja, carne e demais grãos. A incerteza: o comportamento do novo governo. Nos assusta medidas que se comentam de taxação das exportações. Tributar exportações agropecuárias não é salutar para a economia de qualquer país. Se tivermos um governo apoiador do agro, temos perspectivas de um bom ano”.
Éderson Silva – coordenador do Grupo de Trabalho do setor da Pesca
no governo de transição

“A eleição de Lula traz uma mudança de rumos e um indicativo de novos rumos. Viver o processo de transição permitiu identificar nas pessoas a esperança pelo retorno de políticas públicas e de espaço de participação da sociedade. A vitória de Lula e a participação no governo de transição foi o que houve de mais marcante em 2022, não apenas como militante da pesca artesanal, mas também na minha vida pessoal. Há esperança. Dialoguei muito com pessoas de todas as regiões do País, e é uma esperança que não se resume apenas à pesca, mas para o Brasil e para a nossa região.
Para 2023 a perspectiva é de retomar políticas públicas para a pesca artesanal, que sumiram completamente sob o governo Bolsonaro, e é um setor importantíssimo, que envolve 1,5 milhão de famílias literalmente do Oiapoque ao Chuí”.
Paulo Crochemore – presidente do Sindicato das Indústrias de Doces
e Conservas Alimentícias de Pelotas

“Foi um ano de grandes desafios. Reflexos de pandemia e recessão indicavam que 2022 seria difícil. Mas para nossa alegria, dominamos o mercado nacional do pêssego em calda. O preço dos combustíveis encareceu o frete, e nos deixou confortáveis para atender o mercado doméstico sem ameaças externas. Depois culminou com a procura de países vizinhos, abrindo um cenário de exportação. Hoje quase todas nossas empresas exportam – isso nos abriu as portas para um mercado novo.
Aí surgem os desafios para 2023. Talvez tenhamos outros reflexos, o mundo volta a se estabilizar. Haverá concorrência. Esperamos nos consolidar. É um desafio. Contamos que nosso produto tenha aceitação não só por preço, mas por qualidade e sabor. Para isso temos que aumentar as áreas plantadas, modernizar o parque industrial e buscar outros tipos de parcerias com as entidades para aumentar a produtividade e ampliar nossa participação nos mercados conquistados”.
Tiago Radmann – diretor da Faculdade Senac Pelotas

“O ano de 2022 foi desafiador para Faculdade Senac Pelotas, pois tivemos a retomada presencial das atividades acadêmicas, depois de quase dois anos de aulas apenas remotas. Apostamos ainda mais no ensino presencial, utilizando como apoio ao aprendizado a virtualidade, mas sempre priorizando o ensino presencial. Percebemos evolução na procura pelo ensino superior nas áreas de atuação da faculdade.
Para 2023, as perspectivas são extremamente positivas, pois pretendemos ampliar a oferta de cursos de graduação nas áreas de Tecnologia e Gestão, inclusive inaugurando um novo campus para área de TI; lançar um novo modelo de negócios para cursos de Pós Graduação; ampliar as ações da faculdade dentro do Pelotas Parque Tecnológico e a conexão com empresas do segmento de comércio e serviços; além de ampliar as ações de cunho social da Faculdade, com o lançamento de dois novos programas voltados para jovens, que pretende capacitar gratuitamente mais de 350 pessoas”.
Flávio Nunes – reitor do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul)

“Este 2022 foi desafiador para o IFSul. Cortes orçamentários não permitiram que pudéssemos realizar tudo aquilo que havíamos planejado para continuar a expandir a oferta de uma educação profissional com cada vez mais qualidade reconhecida pela sociedade, tudo isto agravado por um ano atípico em função das eleições acirradas que tivemos. Por outro lado, temos o que comemorar também, pois conseguimos recuperar parte do número de estudantes em nossos 14 câmpus, ultrapassando o número de 20 mil estudantes novamente, quantidade que havia diminuído em função dos trágicos efeitos da pandemia da Covid-19.
Parafraseando o mestre Paulo Freire, que possamos renovar, nesta época, nossas esperanças em dias melhores, mas que estas esperanças venham do verbo esperançar, ou seja, que possamos nos mover, buscar, construir, ajudar na concretização desta esperança. Um feliz Natal e próspero 2023!”.
Isabela Andrade – reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

“Foi um ano bastante difícil. Em meados de 2022 o governo federal cortou 7,2% dos nossos orçamentos. Além disso, no final de novembro, já reorganizados financeira e orçamentariamente, fomos surpreendidos com um novo bloqueio integral do financeiro que tínhamos em conta para o pagamento de despesas como bolsas, auxílios, contratos terceirizados e contas contínuas, como energia elétrica. Por outro lado, 2022 foi o ano da retomada das atividades acadêmicas presenciais. O Curso de Direito retomou as atividades acadêmicas presenciais em maio e, os demais, em primeiro de agosto. Destaca-se a importante conquista do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica (PICT), na categoria Mérito Institucional, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Estamos esperançosos que, em 2023, a educação e a ciência voltem a ser valorizadas, que os recursos aprovados na LOA sejam respeitados pelo governo federal e, assim, possamos planejar com tranquilidade os necessários investimentos”.
José Carlos Pereira Bachettini Júnior – reitor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel)

“O ano de 2022 foi repleto de desafios, muitos provocados pelos resquícios da pandemia de Covid-19. O retorno à presencialidade exigiu adaptação rápida para atender às novas necessidades de aprendizagem. Na UCPel, mesmo em um cenário de crise financeira global, 2022 será lembrado por um grande ciclo de avaliações de cursos, nas quais alcançou as melhores notas junto ao MEC. Marca ainda o começo de diversas obras, como a expansão do Campus Franklin Olivé Leite, no qual a universidade investe mais de R$ 15 milhões em recursos próprios. Serão oito mil metros quadrados de área construída em um Campus voltado para o ensino e para o atendimento em saúde da população.
Para 2023 estamos esperançosos, firmes no propósito de formar profissionais orientados por valores cristãos a serviço da pessoa e da sociedade. Somos a maior escola médica do estado. Nossa meta é nos tornarmos a melhor. Com trabalho e união, vamos conseguir!”.
Mauro Rogério Amaral – diretor-geral do 24º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato)

“O fato marcante de 2022 foi a vitória de Lula, numa eleição acirrada, onde a extrema direita usou como nunca a máquina pública, além de ter tido o apoio do grande capital buscando a reeleição de Bolsonaro. É a vitória da unidade em torno da democracia, congregando diferentes forças políticas.
Saliento que, pela composição do novo governo federal, o futuro mandato será de constante disputa. Assim sendo, o movimento sindical e popular, se mobilizará para que as demandas da Classe Trabalhadora, reprimidas desde o golpe de Temer, sejam atendidas e os direitos, confiscados pelos golpistas, sejam reavidos.
Aqui no Estado, infelizmente, o segundo turno, teve dois candidatos com projetos que não representavam os interesses dos trabalhadores. Como a nível nacional, o movimento sindical estará unido e mobilizado para resistir a novos ataques que serão direcionados, como de praxe, à classe trabalhadora!”.
Ciro Vives – gerente da Regional Sul do Sebrae

“O ano 2022 foi de muita complexidade, mas, também, de grandes desafios, que promoveram ações e iniciativas do Sebrae e culminaram no desenvolvimento mais acelerado da Região Sul. Estivemos ainda mais próximos dos pequenos empreendedores, ampliando nossa presença em quase todos os municípios onde atuamos. Investimos mais em Agronegócio e Turismo através de projetos e apoio a eventos destes setores; atendemos o dobro de empresas do que em 2021; triplicamos atendimentos a estudantes e professores e ampliamos iniciativas ligadas à inovação.
Para 2023 os desafios são ainda maiores. A partir das diretrizes do Foresight Estratégico, estudo que propõe um olhar sobre o futuro do empreendedorismo, elaboramos oportunidades alinhadas às tendências que impactarão as MPEs e a sociedade gaúcha a médio e longo prazos. Para 2023 o Sebrae promete muito na região, sempre pautado pelo propósito de promover empreendedorismo e desenvolvimento regional através da melhoria do ambiente e capacitação dos pequenos negócios”.
Rosâni Ribeiro – diretora-executiva do Pelotas Parque Tecnológico
“O ano de 2022 foi marcado pela retomada de eventos de inovação e conclusão de projetos que ficaram em stand by durante os dois anos de pandemia. Também se caracterizou pela ampliação de editais de fomento à tecnologia e inovação em todo o País. Neste contexto, o Tecnosul Pelotas Parque Tecnológico, juntamente com parceiros estratégicos, construiu seu projeto de expansão com uma estrutura focada em Saúde e Biotecnologia.
Para 2023 as perspectivas são de consolidação destes projetos buscando novas captações de recursos que visem conectar as empresas, instituições de ensino e pesquisa e governo para contribuir com o fortalecimento do ecossistema regional. O foco do Pelotas Parque é estimular os talentos existentes e junto com as instituições de ensino criar um ambiente que se notabilize como uma ‘fábrica de startups’”.
Bia Araújo – secretária estadual de Cultura

“A Secretaria de Estado da Cultura alcançou recordes históricos em ações de fomento e investimentos nas instituições vinculadas, com melhorias para tornar seus espaços culturais mais acessíveis e seguros para todos. A Lei de Incentivo à Cultura foi alterada, tornando-se mais atrativa para os patrocinadores, e teve seu valor duplicado. Promovemos oportunidades de capacitação para agentes culturais e empreendedores da economia criativa, e ampliamos a participação dos municípios no Sistema Estadual de Cultura, que saiu fortalecido.
Em 2023, com a perspectiva de recriação do Ministério da Cultura e do ingresso de recursos por meio das Leis Aldir Blanc II e Paulo Gustavo, esperamos recuperar o espaço da cultura em âmbito nacional. Nossa expectativa é de retomar o diálogo com o governo federal em benefício dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura. A Sedac continuará trabalhando para fortalecer os princípios de democratização, diversidade, regionalização e representatividade”.
Luís Fernando Parada – gerente regional do Sesc

“Foi um ano de retomada. O mundo voltou, embora um tanto diferente. No Sesc a gente trabalha para o bem-estar da comunidade e a qualidade de vida foi afetada em vários aspectos, nos obrigou a ter mais cuidados e sensibilidade para cumprir nossa missão. Nossos projetos de esporte e cultura se intensificaram muito, principalmente no segundo semestre. Em 2022 também abrimos nosso EJA, gratuito, para 100 alunos no primeiro semestre e 50 no segundo. Para 2023 abriremos 120 novas vagas.
Para 2023 espero um ano difícil, principalmente em relação à economia. Difícil, mas motivador. Todas as nossas atividades de verão serão retomadas, o que não acontecia desde 2020. E vamos celebrar também a volta do nosso Festival de Música, está tudo pronto, com o mesmo padrão de qualidade técnica das edições anteriores, que realizamos até 2020. Estamos ansiosos, esse Festival nem é mais do Sesc, é da cidade e da região”.
Diná Lessa Bandeira – Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Pelotas)

“Nosso trabalho no Conselho e no Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas foi de resistência no difícil momento de atuar como fiscalizadoras e promotoras dos serviços da política para as mulheres e meninas, observando sua fragilidade, apesar das absurdas estatísticas, principalmente em relação aos feminicídios crescentes no Brasil e no RS, o terceiro estado que mais mata mulheres no País! Não abandonamos a missão e mantivemos a pauta em encontros, assembleias, eventos e agendas com os poderes executivo e legislativo.
2023 chega com o Esperançar aquecendo nossos corações. Voltaremos a ter uma Secretaria ou Ministério especial para mulheres e meninas, a realizar conferências nacionais, ouvindo e planejando novas estratégias para avançar e reduzir as desigualdades e preconceitos, a ter um espaço que respeitará nosso trabalho e nossos problemas! Nossa luta prevê vitórias, no mínimo em alguns campos, e momentos de avanços e paz entre homens e mulheres, com equidade e respeito”.
Dora Domingues – coordenadora do Comitê Municipal da Diversidade Religiosa (Pelotas)

“O Comitê Municipal da Diversidade Religiosa, neste ano de 2022, com entidades parceiras, que eu não poderia deixar de citar, como o 1° Seccional (Conselho do Ensino Religioso), Pastoral da Educação, Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), realizou seminários, rodas de conversa em quilombos, no Instituto de Menores Dom Antonio Zattera, em escolas públicas e privadas de Pelotas e dos demais municípios da Zona Sul com o objetivo de desenvolver a cultura da paz.
Em 2023 será dada continuidade a esse trabalho prestigiando nossas parcerias”.
Marcelo Malízia Cabral – juiz de Direito

“Em 2022 promovemos a reconstrução necessária nos serviços da Justiça em razão da pandemia da Covid-19. Em Pedro Osório, na 1ª Vara Cível, e no Cejusc da Comarca de Pelotas, foi retomado o atendimento presencial e concluída a digitalização dos processos físicos, agora 100% digitais, garantindo mais agilidade e segurança no serviço. Realizamos centenas de audiências, retornando à presencialidade, pacificando relações e promovendo entendimentos. Na área das famílias, garantimos convivência entre pais e filhos, alimentos e visitações protegidas às famílias que acorreram à justiça. Colaboramos na redução da criminalidade garantindo tramitação célere, protegendo vítimas e respeitando direitos de defesa. As mazelas decorrentes da pandemia também motivaram ações de solidariedade com intensa colaboração da comunidade, o que motivou campanhas de arrecadação de materiais escolares, de higiene, alimentos e agasalhos.
Para 2023, esperamos qualificar os serviços, entregando-os com mais qualidade e rapidez. Prossigamos no objetivo de promover paz e dignidade a todos os seres humanos!”.
Victor de Abreu Gastaud – presidente da OAB/RS Subseção Pelotas

“O ano de 2022 se mostrou bastante desafiador, porquanto, com a diminuição do contágio do vírus causador da Covid 19, houve o retorno das atividades presenciais, sobretudo no âmbito do Poder Judiciário, perante o qual se desenvolve a maior parcela da atuação dos profissionais da advocacia. Essa conquista, que muito se deve à atuação firme da Ordem, inclusive perante o Conselho Nacional de Justiça, contribuiu para que advogadas e advogados pudessem retomar o pleno exercício da profissão, em prol de seus clientes e da sociedade, a qual enxerga na OAB e na advocacia amparo e proteção aos seus direitos.
Dessa forma, no ano que se avizinha, fundamental que a Ordem permaneça vigilante, para que não haja retrocesso nessa importantíssima conquista, e possamos atender cada vez mais aos anseios daqueles que esperam da comunidade jurídica e do Estado as respostas necessárias aos seus anseios”.
Paulo Renato Scherdien – comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM)

“Após dois anos de pandemia, o 2022 foi um desafio na retomada de diversas atividades da nossa atividade com relação aos eventos, funcionamento de bares, festas e grandes eventos, com isso o retorno das perturbações a tranquilidade das pessoas. Com relação aos crimes de homicídios, roubo a veículos, roubo a comércio e roubo à residência tivemos redução dos indicadores criminais, fato realizado com muitas ações e operações em Pelotas e em cidades da área do 4º BPM. Neste ano, o batalhão recebeu algumas novas viaturas semiblindadas, armamento novo para todos os policiais e troca de coletes balísticos, trazendo segurança ao policial militar.
Para 2023 nossa meta é manter e reduzir ainda mais os indicadores criminais, além de trabalhar forte na redução da perturbação da tranquilidade. Para isso, a participação da comunidade será importante na conscientização das pessoas. Desejamos a todos um 2023 com muita segurança”.
Fabrício Cagol – presidente da Associação Comercial de Pelotas

“Foi um ano importante para a retomada da economia – 2020 e 2021 foram muito difíceis. Neste aspecto foi muito positivo, aumentou a produção, a circulação de produtos, bens e serviços. No âmbito político, lamentável a polarização entre Bolsonaro e Lula, duas vias questionáveis que não condizem com o tamanho e a economia do Brasil. No Estado saímos um pouco disso. Conseguimos pela primeira vez reeleger um governador que é daqui da Zona Sul. De negativo foi a Zona Sul não eleger nenhum deputado estadual, vamos pedir e reclamar pra quem?
Por isso, para 2023, no cenário político a perspectiva não é boa. Mas é possível e um dever nosso conversar, seja com quem for. Ao menos o governo que entra parece disposto ao diálogo. Isso é bom para diminuir as tensões e voltarmos a pensar em objetivos comuns. Espero que tenha sensibilidade para propor políticas para o setor empresarial, que é o setor que produz”.
Guilherme Moncks – Aliança Pelotas

“O ano foi marcado pelas eleições, o fato mais importante e de maior impacto para as entidades de classe que compõem a Aliança. Evidentemente, o resultado não foi o melhor do ponto de vista empresarial. Com algumas ressalvas à candidatura derrotada, apoiamos a continuidade de medidas tomadas pela equipe econômica do atual governo, de estímulo à economia e desburocratização da máquina pública. Mas, democraticamente, respeitamos o resultado das urnas e, estrategicamente, nos recolocaremos para seguir adiante com pautas de nosso interesse, dispostos a dialogar com o novo governo.
Temas de grande interesse da nossa região, como a conclusão da duplicação da BR-116, o Porto do Rio Grande e o agronegócio, entre outros, continuarão, da nossa parte, recebendo o tratamento que merecem. Acredito que o diálogo é sempre possível, somos homens e mulheres de negócios, nosso papel é dialogar, negociar. Para isso, a democracia ainda é, de longe, o melhor caminho”.
Renzo Antoniolli – presidente do Sindicato dos Dirigentes Lojistas de Pelotas (Sindilojas)

“2022 foi um ano muito bom para o varejo, não só porque foi o primeiro fora da pandemia, mas porque houve a retomada do consumo, o que se temia em função dos novos hábitos. Em várias datas comemorativas atingimos os números de 2019, em algumas superamos. Até 14 de dezembro foram empregados no comércio local 580 pessoas, pelo menos 15% delas ficarão nos postos até março, para suprir férias e volta às aulas, o que representa um incremento de renda nessas famílias.
Para 2023 a incógnita é muito grande em função da mudança de governo. Os planos do presidente eleito apontam para um aumento significativo dos gastos públicos sem receita compatível. Essa receita conhecemos, gera inflação, e inflação elevada retira poder de compra. Temos um pouco de esperança de que isso não vá acontecer, mas a preocupação é significativa”.
Nélson Vergara – presidente da Associação dos Proprietários de Caminhões de Pelotas (Aprocapel)

“Não foi um ano bom do ponto de vista financeiro. A alta dos combustíveis impactou violentamente. O litro do diesel sempre foi 30%, 40% mais barato que o da gasolina, geralmente foi sempre esse o patamar. Hoje está R$ 1 a menos. Enquanto um carro de passeio faz 12, 13 quilômetros com um litro, o caminhão com um litro de diesel faz 2,25 quilômetros. É uma alta que vamos repassando, vai estourar em quem?
Para 2023, como a promessa é de uma safra de grãos muito boa, para nós é um bom indicativo. O agronegócio é o que move o caminhão. Com boa safra, se o governo que vai assumir não taxar a exportação e conseguir diminuir os valores dos combustíveis, para nós já seria bom, melhor que 2022”.
Sérgio Cogoy – presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi) Zona Sul

“Foi um ano marcado pelo lançamento de vários empreendimentos importantes, voltados para o médio e alto padrão, enquanto que os de base popular mantiveram-se aquecidos, é uma parcela bem atendida pelo mercado. Vimos também crescer a tendência de mercado de Tokenização, como se fosse uma ação, compra na baixa e vende na alta – foi muito bem recebida pelo investidor. Em resumo, 2022 foi um ano com bons lançamentos, com boa aceitação no mercado, e muito movimento no mercado de imóveis usados. As casas voltaram a ter atratividade, com pátio e ambientes maiores.
Para 2023, independentemente das mudanças políticas, percebemos que o imóvel permanecerá um investimento seguro, que oferece tranquilidade em termos de imobilização de patrimônio e moeda de troca para negócio futuro mesmo em caso de cenário adverso. Em caso de cenário promissor, será interessante também. Em suma, as expectativas são positivas”.