Duplicação da BR-116 terá continuação em 2021

A obra compreende 24km no entorno de Pelotas e conta com 21km já entregues aos usuários (Foto: Gustavo Arruda)

A duplicação da BR-116, que liga a Região Sul à capital, é uma proposta antiga, de meados de 2001 e que aliado à extinção do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), criação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), troca de governo e demais fatores, foi licitada apenas em 2010 e em 2012 teve, efetivamente, início.

As obras que vão da Ponte do Retiro, em Pelotas, até Guaíba totalizam 211 novos quilômetros de estradas de rodagem, divididos em nove lotes, sendo que 120 quilômetros já foram entregues aos usuários.

Os lotes um e dois, que totalizam 50 quilômetros, foram assumidos pelo Exército Brasileiro em um convênio que buscou agilizar o andamento da obra, uma vez que a empresa responsável teve problemas na documentação de garantia financeira e não renovou o contrato com o DNIT, responsável pela obra. Nessa situação, o Departamento optou por essa adaptação ao invés de promover uma nova licitação e 15 quilômetros do trecho assumido pelas forças armadas já foi entregue.

Até o momento, trechos nas cidades de Pelotas, São Lourenço do Sul, Camaquã, Turuçu, Cristal e Barra do Ribeiro já estão em funcionamento. E a expectativa é de que em 2021 mais quilômetros sejam liberados, porém, o engenheiro chefe do DNIT na Região Sul, Vladimir Casa, não soube precisar se a obra será 100% concluída ao longo do ano. “Não posso afirmar quantos quilômetros serão entregues, mas a gente espera que seja o máximo possível desse restante”, destacou e continuou: “Seria prematuro e precipitado dizer quantos quilômetros, mas com certeza, em 2021, serão entregues bons quilômetros”.

O período de pandemia do novo coronavírus gerou um surto de Covid-19 em um grupo de trabalhadores que atuava nas proximidades de Cristal, fato que diminuiu o ritmo da obra naquela localidade. No entanto, Casa afirmou que o vírus não dificultou o andamento geral da duplicação, uma vez que as obras púbicas são consideradas prioridade e, portanto, não pararam diante dessa adversidade.

Os recursos para a concretização desse empreendimento advêm da União, por meio do Orçamento Geral da União e também conta com emendas parlamentares destinadas à atividade, que são capitais indicados pelos membros do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas Estaduais para finalidades públicas. De acordo com engenheiro chefe, a obra teve andamento devido a bons recebimentos de recursos, no entanto, nos últimos anos, a realidade tem sido diferente, o que dificultou o andamento das obras, que inicialmente estavam previstas para serem concluídas em 2015.

O valor total da duplicação está orçado em, aproximadamente, R$ 1,7 bilhão e atualmente conta o direcionamento de recursos da bancada federal gaúcha, que é formada pelos 31 deputados federais e três senadores do Rio Grande do Sul.

Segundo o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), tem-se muito a comemorar. “[Temos que] celebrar, mas temos que seguir trabalhando porque ainda falta em torno de R$ 300 milhões para que a obra seja concluída”. Nesse sentindo, ele afirma que a bancada federal gaúcha está sensibilizada com a causa e pretende direcionar cerca de R$ 70 milhões para a obra.

No entendimento dele, se faz necessário o investimento em obras que já estão em andamento para que se possa concluí-las logo, para após novas obras serem pensadas. Além disso, o parlamentar cita a importância da duplicação da BR-116, uma vez que impulsionará o desenvolvimento econômico, permitindo o melhor escoamento da safra ligando o Porto do Rio Grande até Porto Alegre e dará mais dinamicidade ao trajeto, que conta com intenso movimento de caminhões, bem como a maior segurança que a via proporcionará, uma vez que a BR possui em seu histórico inúmeros acidentes.

A obra recebe recursos do Orçamento Geral da União e de emendas parlamentares (Foto: Solano Ferreira)

Ainda, a BR-392, que circunda o município de Pelotas é a continuidade da BR-116 na ligação até o Porto do Rio Grande e também está em obras. A duplicação dos 24 quilômetros de rodovias que cercam a cidade vai da Ponte do Retiro até a Ponte do Canal São Gonçalo e abrange todas as entradas do município, contando com 22 quilômetros prontos.

A expectativa do engenheiro chefe do DNIT é de que em 2021 essa obra seja concluída.

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