*Com informações da Assessoria de Imprensa
As exportações de carne bovina do Brasil acumularam alta de 9,2% nos nove primeiros meses de 2019 em comparação com mesmo período do ano passado, somando embarques de 1,2 milhão de toneladas, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O faturamento com as vendas da proteína entre janeiro e setembro de 2019 atingiu 4,9 bilhões de dólares, avanço de 4,6% na comparação anual.
Apesar do avanço no acumulado do ano, em setembro isoladamente os embarques recuaram 18,6% em relação ao mesmo mês de 2018, para 145 mil toneladas, acrescentou a Abiec. As receitas caíram 12,8% no período, a 609,4 milhões de dólares. “Acreditamos que o ritmo das exportações está compatível com as expectativas do mercado”, disse em nota o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli.
Entre os principais destinos, o destaque continua sendo a China, que importou 253 mil toneladas de carne bovina brasileira entre janeiro e setembro, alta de 11,2%. Em novembro, mais 13 plantas frigoríficas brasileiras foram habilitadas para vender carnes à China, conforme comunicado do órgão sanitário chinês (GACC) enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Foram habilitadas cinco plantas de carne bovina, cinco de suínos e três de aves.
O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. “Temos tudo para entregar ao mundo nossa produção”, disse a ministra, na abertura da Agrobit Brasil 2019, em Londrina (PR).
Os cinco frigoríficos de carne suína estão no Rio Grande do Sul, além de uma unidade de carne bovina. São Paulo e Mato Grosso tiveram, cada um, duas unidades habilitadas pelos chineses. Os demais frigoríficos que podem exportar para a China ficam em Goiás, no Mato Grosso do Sul e no Paraná.
As plantas de bovinos habilitadas pela China são: Marfrig Global Foods, em São Gabriel (RS); Frigorífico Sul, em Aparecida do Taboado (MS); Naturafrig Alimentos, em Pirapozinho (SP); Marfrig Global Foods, em Pontes e Lacerda (MT) e JBS, em Senador Canedo (GO).
Os frigoríficos de carne suína são: BRF, em Lajeado (RS); Cooperativa Central Aurora Alimentos, em Sarandi (RS); JBS Aves, em Caxias do Sul (RS); Seara Alimentos, em Três Passos (RS) e em Seberi (RS).
Foram habilitadas as plantas de aves de Zanchetta Alimentos, em Boituva (SP); União Avícola Agroindustrial, em Nova Marilândia (MT) e Unita Cooperativa Central, em Ubiratã (PR).
Outro destino é a Arábia Saudita, que habilitou oito novos estabelecimentos para a exportação de carne bovina brasileira e seus produtos. Em setembro deste ano, a ministra da Agricultura esteve naquele país negociando a abertura de mercado para produtos agropecuários brasileiros.
Foram habilitados: Frigorífico Fortefrigo (Paragominas, Pará), Frigorífico Better Beef (Rancharia, São Paulo), Rio Grande Comércio de Carnes Ltda (Imperatriz, Maranhão), Plena Alimentos (Pará de Minas, Minas Gerais), Indústria e Comércio de Alimentos Supremo (Ibirité, Minas Gerais), Frigol (São Félix do Xingu, Pará), Maxi Beef Alimentos do Brasil (Carlos Chagas, Minas Gerais) e Distriboi – Indústria, Comércio e Transporte de Carne Bovina (Ji-Paraná, Rondônia).
Segundo a ministra, a habilitação de novos frigoríficos é resultado da recente viagem do presidente Jair Bolsonaro à Arábia Saudita. “Isso faz parte de toda a abertura que o Ministério da Agricultura vem fazendo juntamente com o governo federal”, disse Tereza Cristina, acrescentando que “essa é uma ótima notícia para começar bem a semana”.
Em 2018, as exportações de produtos agropecuários brasileiros para a Arábia Saudita renderam US$ 1,7 bilhão. Foram mais de 2,9 milhões de toneladas. A carne de frango representou 47,4% do valor vendido (US$ 804 milhões e 486 mil toneladas). Os principais produtos exportados para os sauditas são carne de frango (in natura), açúcar de cana (bruto), carne bovina (in natura), soja (grão e farelo), milho, açúcar refinado e café (solúvel e verde).
A ministra também trata da suspensão à importação de carne bovina in natura do Brasil pelos Estados Unidos. De acordo com ela, o governo americano finaliza a análise dos dados que o Brasil enviou e deve dar um posicionamento em algumas semanas. “Vamos fazer os trâmites com a maior tranquilidade. Eles me prometeram que em breve teremos notícias sobre a data e se as informações que passamos são suficientes ou não. Vamos aguardar uma decisão deles, eu espero que seja breve mesmo, pela nossa conversa”, disse a ministra, ao sair de reunião com o secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, que agradeceu a celeridade com que o Brasil enviou as informações solicitadas na última auditoria realizada em junho e comprometeu-se em dar prioridade ao processo.
Em 2017, os Estados Unidos suspenderam as compras de cortes bovinos do Brasil, devido às reações (abcessos) provocadas no rebanho, pela vacina contra a febre aftosa. Em junho deste ano, uma missão veterinária dos Estados Unidos esteve no Brasil para inspecionar frigoríficos de bovinos e suínos.