No texto anterior, falei um pouco sobre tecnologia para crianças quando ainda não completaram um ano idade até os seus cinco anos, dentro do que a Organização Mundial de Saúde (OMS) permite como tempo de exposição de tela (as mais comuns neste período são TV e tablet).
Não coloco aqui a tecnologia como inimiga do processo do desenvolvimento, mas como aliada no seu tempo devido. Precisamos refletir para cada atitude tomada e a forma como podemos lidar futuramente na medida em que os filhos crescem.
Em alguns momentos penso que a tecnologia está pronta para trazer um futuro próspero e vindouro, mas nós não estávamos tão prontos assim para ela. Tomou-nos como supressa em determinados aspectos das relações, sejam elas reais ou virtuais.
A ideia aqui é refletirmos sobre cada situação que nos é proposta, sem criar o manual ou enquadramento de como lidar com este instrumento. Enquadrar é uma forma de visão fechada, não flexível. Esta proposta não dinamiza e nem chega a resoluções saudáveis.
Para a neurociência do comportamento, por exemplo, o desenvolvimento da infância até a adolescência, os estudos mostram que o córtex pré-frontal é a parte do cérebro que mais demora a amadurecer. Esta área é essencial para avaliar as consequências das ações de risco, bem como pelo raciocínio lógico, capacidade de estabelecer prioridades, organização e controle da impulsividade.
Por isso que vimos, em boa parte dos adolescentes, os vícios dos games e a preocupação também dos pais quando seus filhos ficam até altas horas da noite entretidos nas redes. Estes adolescentes não percebem o tempo que estão envolvidos e nem a hora que precisam dormir. A qualidade de vida cai de uma maneira estrondosa e este jovem pode adquirir quadros de obesidade, ansiedade, desinteresse em ações básicas necessárias, como: fazer comida, lavar roupa, arrumar seu quarto e manutenção de tempo para os estudos e lazeres.
Analisando de maneira geral, existem jovens com 15 anos, sem responsabilidades, e também existem jovens com 15 anos que são muito responsáveis.
Nesta situação, os pais precisam medir o grau de comprometimento e responsabilidade, entendendo que limite sempre é uma forma de amor e não de castigo. Pasmem, os jovens gostam de limites, ou seja, de amor. Saber que alguém se preocupa com você é sentir-se amado.
O café terminou e trazendo o número 15, te aguardo daqui a 15 dias, neste mesmo lugar.