Por que fugimos tanto do autoconhecimento?

Aprendemos na escola a história dos nossos antepassados sobre como o universo funciona, sobre fauna, flora e sobre a fórmula de Bhaskara. Depois, aprendemos na faculdade o que precisamos fazer para os outros e então vamos para o mercado de trabalho aprender sobre inovação de produtos, como vencer a concorrência, como vender mais e melhor, mas em nenhum momento estudamos sobre nós mesmos, em nenhum momento somos a prioridade. Autoconhecimento não faz parte da grade curricular das escolas, quiçá da vida. Isso ainda é um fato, algo que precisa mudar.

Mas por que será que fugimos tanto de algo tão belo, tão empoderador, tão forte, tão nosso? Por que parece termos medo de nos conectarmos com nós mesmos? Por que será que este tema ainda é tão banalizado, ocultado, pouco incentivado?

Um dos motivos é o fato de sermos aculturados a viver para atender às necessidades dos outros. Desde pequenos somos orientados a agradar os nossos pais, os nossos professores, a nossa comunidade. Somos conduzidos a nos encaixar em algum grupo.

Só que muitas vezes aquilo que faz bem para os outros, incluindo aqueles que amamos e que nos amam, não faz bem para nós, não está sincronizado com aquilo que acreditamos, não nos é confortável. Muitos questionamentos internos, muitas dores e sentimentos de insatisfação, além de relacionamentos não tão saudáveis e arrependimentos por escolhas mal feitas surgem dessa situação.

Muitos pais com a intenção de ajudar seus filhos acabam incentivando-os a buscarem caminhos e até pequenas atividades que sempre desejaram para si, mas nem sempre aquilo que acreditamos ser bom para os nossos pequenos de fato os fará felizes.

Conhecer a si mesmo deveria ser uma das principais metas do ser humano, deveria ser algo natural. Quando conhecemos os nossos próprios gostos, habilidades, limites, afetos, desafetos, quando conhecemos o nosso próprio funcionamento, aquilo que sentimos, a forma como pensamos e porque nos comportamos como nos comportamos, passamos a lidar melhor com as situações do dia a dia, temos vidas mais satisfatórias, nos sentimos mais felizes e mais realizados.

Olhar pra si não é egoísmo, é respeito. Dar atenção para as próprias necessidades não é errado e não quer dizer que vamos deixar de amar e de considerar os outros. Permitir-se o autoconhecimento é sinal de que estamos buscando a nossa própria verdade e quando vivemos uma vida da forma como nós mesmos escolhemos, nos relacionamos melhor com as pessoas, fazemos escolhas mais assertivas e, principalmente, lidamos melhor com as adversidades da vida. Autoconhecimento nos faz bem e quando estamos bem tudo ao nosso redor tende a ficar melhor.

Deixo aqui uma reflexão: achas que te conheces suficientemente bem? Se ainda não está claro para ti mesmo quem tu realmente és e aquilo que tu realmente gostas, saibas que nunca é tarde para começar esta descoberta. Te desejo uma boa jornada!

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