Gaúchos de faca ou celular na cintura?

Cássio Lopes, escritor e historiador.

Antigamente, os gaúchos andavam de faca na cintura, devido à necessidade da utilização desse utensílio em vários afazeres e serviços de campo. Com a faca, podia-se sangrar algum animal para o consumo; carnear, courear, assinalar, lonquear, aparar o casco dos cavalos, cortar a cola das vacas, picar fumo, abrir uma picada, cortar um assado…

Ou seja, a faca, muito mais que um simples objeto, era uma verdadeira ferramenta, de “mil e uma utilidades”, de fundamental importância para a execução de várias atividades campeiras. Com o tempo, aos poucos a faca foi sendo deixada de lado, devido a vários fatores, mas principalmente pelo êxodo rural e a tal modernidade.

Hoje, ao invés da faca, os gaúchos trazem na cintura outro objeto multifuncional: o celular Smartphone, que também corta, porém por dentro. Pois, muitos o usam indevidamente, para, de alguma forma, prejudicar o seu próximo. Ou seja, o que era para ser uma ferramenta, se tornou uma arma destruidora na mão de muitos mal-intencionados que se escondem atrás das telas para cometerem os mais variados delitos e maldades.

Esse “computador de bolso”, com todas suas tecnologias, encurtou distâncias e possibilitou a comunicação com os de longe, mas também afastou os de perto. Porque muitos não conversam mais com os “de casa”, pois, estão entretidos com seus pseudoamigos virtuais, jogos e redes sociais.

Portanto, caros leitores, está mais do que na hora de mudarmos essa triste realidade e trocarmos nossas “atitudes modernas”, por aquelas antigas; através de encontros, reuniões e confraternizações “olho no olho”, regados a muita prosa e descontração. Só assim poderemos retomar os laços daquelas amizades macanudas de outrora, que nem o tempo e muito menos a distância podem apagar.

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