Faz mal andar com o carro na reserva?

Rubilar Barros.

A luz da reserva acende e nem sempre temos por perto um posto de abastecimento de combustível. Para muitos, pode ser um motivo de preocupação. Para outros, é “normal”, não havendo pressa em abastecer a viatura. Há até quem tente poupar o máximo e abasteça com frequência ao acender a luz de aviso vermelha. Andar na reserva pode fazer realmente mal ao carro ou é apenas um mito?

A reserva é um depósito extra?

Depende da idade do carro. Nos veículos mais antigos, pode haver um depósito de combustível secundário, que armazena o combustível extra quando o automóvel entra na reserva. Atualmente, este “depósito extra” deixou de existir, ou pelo menos de forma separada, e encontra-se incorporado no depósito principal de combustível.

Luz de reserva: quantos quilômetros restam?

Quando acende a luz da reserva, é sinal de que o combustível disponível no carro está prestes a chegar ao fim. Contudo, não precisa “acelerar” para uma bomba de combustível. Regra geral, ainda é possível percorrer entre 50 e 80 quilômetros (dependendo do automóvel). A reserva corresponde a 10% ou 15% da capacidade total do depósito de combustível.

Andar na reserva faz mal ao carro?

Não é mito: sim, faz mal. Sobretudo se passar a ser regra e não a exceção. Se acontecer esporadicamente, não há problema, mas se adia frequentemente o abastecimento e circula quase sempre na reserva, pode danificar o automóvel. São duas as razões principais que originam problemas:

Resíduos e impurezas

Antigamente, os depósitos de combustível eram concebidos em metal. Por isso, sempre que as paredes interiores secavam, enferrujavam. Era aconselhado manter as paredes dos tanques úmidas com gasolina/gasóleo. Caso contrário, começava a surgir ferrugem, que podia liberar resíduos que, ao entrarem no circuito do combustível, danificavam o sistema de propulsão. Atualmente, os tanques são feitos em plástico especial, que não se danifica nem enferruja. Porém, com o passar do tempo, o combustível começa a ganhar sedimentos, que acabam por se acumular no fundo do depósito. Se o automóvel não andar na reserva, os sedimentos ficam no fundo, não chegando à bomba de combustível nem ao circuito de alimentação. Mas se andar na reserva com maior frequência, a bomba pode “sugar” os sedimentos e entupir. É certo que existe ainda o filtro do combustível para os deter. Todavia, pode deixar passar alguns dos sedimentos, sobretudo se entupir devido ao excesso de resíduos acumulados. Como consequência, o injetor pode, também, ficar entupido ou danificado, assim como os próprios cilindros.

Esforço da bomba de combustível

Sempre que se anda na reserva, a bomba de combustível é obrigada a fazer um maior esforço. Especialmente em subidas, descidas ou curvas, pois o combustível acaba por abanar no depósito. Ao trabalhar mais forçadamente, a bomba está em sobreaquecimento e pode haver maior desgaste.

Entre os diversos cuidados com um carro, ainda há outro essencial: evitar deixar esgotar o combustível da reserva, porque pode estar a contribuir para vários danos no catalisador. E se nos automóveis a gasolina já é um problema, nas viaturas a diesel há outro: o risco de entrar ar no sistema de injeção.

Fonte: acp

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