
O sentimento de pertencimento é tendência como forma de envolver os cidadãos nas decisões em políticas públicas, de modo a incrementar a transparência, a representação e a participação. A receptividade dos governantes aos novos comportamentos, diversidade de ideias, novos atores e experiências, aumenta o poder e o impacto de tomada de decisão.
A capacidade do agente público em receber e acolher novas ideias, sugestões, críticas ou feedbacks, evidencia a habilidade de estar aberto e disposto a ouvir e compreender diferentes perspectivas, sem julgamentos ou preconceitos. O uso de instrumentos inovadores como a Governança, conselhos permanentes de contribuintes, abordagens de localismo, o repensar de comunidades e espaços comunitários físicos e virtuais, com criatividade pela aplicação de tecnologia, amplia a confiança do cidadão na Administração. Na administração pública brasileira, a transparência decorrente do Estado Democrático de Direito, prevista na Constituição Federal de 1988, com o objetivo de legitimar as administrações públicas, diminuindo a distância que as separa, é dada; realiza-se por meio da motivação e participação das pessoas, na qual o acesso à informação e o devido processo legal são formulados como modos de ação. Transparência na administração pública é um conjunto de métodos que tornam todos os entes públicos responsáveis perante o público, usando a internet como o principal meio para revelar as atividades do governo nas áreas de gastos, atitudes políticas e planejamento. A transparência da administração pública deve ocorrer por razões legais, éticas, morais ou políticas. Garantir que todas as ações públicas sejam conhecidas, monitoradas e controladas pelos cidadãos é essencial para todos os membros do Estado, seja por razões urbanas, éticas, morais ou políticas. a nível nacional.
Grupos comunitários são o tecido social das cidades, tornando-se elementos essenciais de massa crítica para construção de soluções para relevantes questões. A resiliência urbana é defendida pelas comunidades fortes e sustentáveis, que por meio de suas lideranças colocam-se em contato com servidores (gestão de competências) e políticos aptos a compreender sua solicitação de maneira a ser bem-sucedida. Um conjunto de representantes de cada grupo comunitário amplificará e debaterá de modo mais amplo as questões para o desenvolvimento da cidade, engajando e fortalecendo as conexões entre o Poder Público e os cidadãos, de forma coesa com fortes relações de confiança. A abordagem dos temas com diversidade na forma de pensar promove mais opções para lidar com oportunidades e desafios. A inclusão representa que mais pessoas estejam acolhidas e empoderadas para participar e agir em suas comunidades. Ademais, o próprio controle social são os meios de intervenção, quer positivos, quer negativos, acionados pela sociedade ou grupo social, a fim de induzir os próprios membros a se conformarem às normas que a caracterizam e de impedir e desestimular os comportamentos contrários. O enfrentamento dos desafios como mudanças climáticas e outros estressores sociais demanda um trabalho estratégico de administração dos recursos e conexão com as pessoas e com a natureza. Manejando o design participativo, de forma colaborativa, a ênfase da Administração pode ser superada pela precedência dos interesses da comunidade, pois pessoas que residem no mesmo local compartilham preocupações baseadas no lugar, sejam elas sociais, culturais ou de infraestrutura.
Para construir uma sociedade mais vibrante, resiliente e inclusiva, é necessário o comprometimento da alta Administração, disponibilizando pessoas que entendam e atendam às necessidades básicas da comunidade. A conexão dos cidadãos com o Poder Público deve ser eficaz, efetiva e eficiente para conversão das ideias em resultados, em entregas do valor público demandado.
Eduardo Gil da Silva Carreira
Advogado OAB/RS 66.391
Membro Voluntário da Rede Governança Brasil – RG
Pós-Graduando em Governança Pública – EBRADI