Existem vários parasitas que podem afetar a saúde dos animais. Os mais comuns são os ectoparasitas – como pulgas, carrapatos e ácaros – e endoparasitas, que normalmente são excretados nas fezes quando há grande quantidade ou após a aplicação de dosagens de vermífugos. Porém, outros vermes atingem órgãos onde o corpo não consegue eliminar esses parasitas. Esse é o caso do Dioctophyme renale, o verme do rim que atinge principalmente cães e que pode chegar a 100 cm.
A ocorrência dessa verminose se dá principalmente em áreas com bastante umidade ou em cidades banhadas com rios e áreas normalmente mais alagadiças. Isso torna a região sul do RS uma das principais localidades onde a doença pode se manifestar. Isso se soma ao fato da grande quantidade de cães errantes ou com acesso à rua e seus hábitos pouco seletivos. Esses animais ingerem, ao beberem água, uma minhoca (anelídeo) que contém a larva do verme. Uma vez no trato gastrointestinal do cão, essa larva consegue se movimentar e chegar ao rim direito, devido à proximidade anatômica do intestino delgado com este órgão. Uma vez dentro da cápsula desse órgão, o parasita se alimenta dos tecidos e começa a destruir o rim.
Por causa do tipo de lesão causada pelo verme, os principais sinais clínicos observados em animais com Dioctofimatose são hematúria (sangue na urina), dor ao urinar e dor na região renal. Por ser extremamente rara a parasitose nos dois rins, o que normalmente acontece é o rim esquerdo compensar a função do rim afetado. Porém, quando os vermes estão no estágio adulto, conseguem se reproduzir e eliminar ovos através da urina, continuando a disseminar a parasitose.
Não há tratamento terapêutico para a doença, uma vez que é realizado o diagnóstico através de exame de urina para se detectar os ovos do verme e também através de ultrassonografia do rim para detectar a presença do parasita. O recomendado é a remoção cirúrgica do rim afetado, mesmo que as lesões do verme tenham sido pequenas aos tecidos renais. O fato do animal permanecer com apenas um rim não afeta a vida do animal, contando que este seja funcional para fazer o papel de filtração do sangue.
Por ser uma região endêmica para a parasitose, há um serviço de diagnóstico e tratamento na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) chamado PRODIC, onde os exames de urina são gratuitos. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico da parasitose, melhor o prognostico para o animal.
Dica veterinária da semana
Caso o seu pet apresente dor ao urinar ou for identificado sangue na urina, encaminhar ele ao médico veterinário para um exame do sistema urinário, para investigar se o animal apresenta ou não o verme. Além disso, animais que foram adotados da rua próximos a áreas banhadas ou alagadas podem apresentar o verme – observar e levar ao veterinário para um exame mais completo.