Piratini: Projeto do Caps busca ouvir pessoas em isolamento social por causa do coronavírus

Psicólogas e estudantes de Psicologia darão o suporte para quem estiver do outro lado da linha (Foto: Nael Rosa/JTR)

Com o novo coronavírus mudando o comportamento das pessoas no mundo, nunca foi tão importante falar e ser ouvido, e com essa exata dimensão, o Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) de Piratini elaborou e realiza, com o suporte da Secretaria Municipal de Saúde, o projeto “S.O.S Saúde Mental, Juntos contra o Corona”.  A iniciativa disponibiliza uma linha telefônica para ser uma válvula de escape para quem, diante das incertezas, medos e solidão provocados pela doença e o isolamento social, necessita de um amparo.

Segundo a psicóloga Gerusa Porto, que coordena o Caps, a ação se deu ao perceberem a tensão e a angústia da comunidade. A intenção foi criar um canal para que todos possam se comunicar em um momento que as questões de saúde mental vão emergindo, pois os profissionais do Centro perceberam a necessidade de acolhimento, não somente aqueles que já utilizam o serviço.

“A reclusão traz a solidão e esse isolamento é responsável por conflitos e tensões tanto para quem tem transtornos quanto para quem não tem, pois o ser humano precisa do toque, da convivência, do afeto e com essas orientações de que devemos conviver o mínimo possível e não ter contato físico vamos ficando abalados emocionalmente”, explica.

Com o suporte da Rede de Atenção de Atenção Psicossocial (RAPS) e o apoio do Centro de Referencia e Assistência Social (CRAS), o serviço que vai funcionar através do telefone (53) 99998-7660, conta com quatro psicólogas e três estudantes de Psicologia. Inicialmente, a linha estará disponível de segunda a sexta-feira, das 13h às 16h, mas dependendo da demanda a disponibilização do canal, poderá ser ampliada também para o turno da manhã.

Para Gerusa, um dos objetivos é identificar fatores de risco, pois para quem já tem um problema psicológico associado, este é agravado pelo isolamento. “Nossa ação será resolutiva, acolhedora e uma de nossas intenções é identificar principalmente a questão da possibilidade de suicídio, portanto se percebermos que a depressão maior se instalou, vamos encaminhar esta pessoa para o serviço especializado que disponibilizamos e ela terá à disposição o atendimento clínico, psicológico e psiquiátrico”, assegura.

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