O agropecuarista Pedro Stein, de 48 anos, confirmou na quarta-feira (24), que novamente poderá ser candidato a prefeito de Piratini. Stein, que reside no Assentamento Ouro Verde, no 3º Distrito, afirmou que apenas depende da homologação de seu nome na convenção da Federação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e da Rede Sustentabilidade, que acontecerá no início de agosto. Esta deverá ser a terceira tentativa de Stein de chegar à Prefeitura, tendo ficado em último lugar nas duas anteriores, o que ele garante que não o incomoda.
“Não me incomodo em não vencer e até ficar na última colocação. A ideia é plantar para, no futuro, colher e, com este pensamento, tenho noção de que essa colheita não ocorrerá comigo. Pelo contrário: quando ela acontece, devo estar bem velhinho ou até mesmo não existir mais”, prevê Stein, que justifica tal previsão: “Infelizmente, talvez por muito tempo, a Direita continuará manipulando a opinião pública e aliciando as comunidades, mas um dia, a realidade baterá à porta destas pessoas e essas correntes políticas não mais poderão ficar se aliando para se manterem décadas a fio no poder. Resumindo: não será comigo ou através de mim, mas tenho convicção de que este dia chegará e a maioria entenderá a nossa mensagem, postura, os nossos ideais”.
Ele entende que já ter participado de debates durante a campanha de 2020 tanto com Vitor Ivan Rodrigues, o Vitão (PDT), quanto com Francisco Luçardo (PSDB) e com o atual prefeito, Márcio Porto (MDB), mostra que, assim como aqueles que, em sua opinião, são oprimidos pelo sistema, é uma pessoa de coragem.
“Não vencê-los? Não, não me preocupo. Mas o fato de já tê-los encarado nos debates, mostrou que as cartas precisam, de fato, serem colocadas à mesa, já que eu disse, de igual para igual, ao menos naquele momento, o que deve ser feito daqui para frente em Piratini, sem falar que todos eles já foram ou são prefeitos”.
Por fim, Stein comentou sobre o impacto que a prisão dele, em 26 de março deste ano, pode acarretar na campanha política. Na ocasião, ele ficou recolhido por sete dias no Presídio Estadual de Canguçu sob a acusação de ameaça à mão armada e o roubo de uma faca de um idoso. “Não sei, pois quando eu tentei ouvir a opinião de muitos sobre isso ao realizar um ato de desagravo a minha pessoa, logo após minha soltura, eu tinha a confirmação de, no mínimo, 100 presenças, mas na Câmara de Vereadores compareceu um número imensamente menor do que esse. Sabe o que foi isso? Medo! Muitos têm medo de expor suas opiniões, são, muitas vezes, perseguidos pelo que acham certo ou o errado”, pontua. “Eu ter sido preso aumentou muito minha vontade de fazer, debater e falar sobre política. Essa minha afirmativa é devido à necessidade de discutir e mudar o atual sistema, seja ele o que rege as forças policiais ou Poder Judiciário, pois estes foram os responsáveis por colocar um homem honesto e trabalhador atrás das grades. Esse é o nosso Brasil, muitas vezes, e em muitas cidades, cidadãos de bem são vítimas do narcotráfico ou do tráfico de drogas e a polícia tem que respeitá-los, já os inocentes…”, desabafa o assentado. “Para mim não foi nenhuma novidade: isso acontece desde os primórdios: Lula preso em 1980 por falar a verdade. A Dilma foi encarcerada em 1970 pelo mesmo motivo. Neste sentido, ainda teve o Lampião e o Zumbi dos Palmares. E sobre este último exemplo, faço uma observação específica: você costuma ver a maioria concordar com o que um negro diz? Então, quem garante que amanhã eu não serei novamente preso?”, completa.