Com cinco votos contrários e três favoráveis, a Câmara de Vereadores impediu na última segunda-feira (17) que o requerimento feito pelo vereador Marcial Guastucci, o Macega (MDB), fosse adiante e se transformasse em projeto através da Mesa Diretora da Casa, onde os nove parlamentares votariam pela redução de 20% não só dos seus próprios vencimentos, mas também do vice-prefeito, do prefeito e dos secretários para a próxima legislatura, que começa em 2021.
Apenas o autor e os vereadores Carlos Caetano (PDT) e Jimmy Carter (MDB) manifestaram-se favoráveis à redução, sendo contra Sérgio Castro (PDT), Mauro Castro (MDB) Manoel Rodrigues (Progressistas), José Auri (PT) e Lourenço de Souza (PT).
A questão provocou um fervoroso e longo debate entre o autor da matéria e Castro, que defendeu o trabalho diário realizado pelos eleitos à Câmara como motivo para que os integrantes da próxima legislatura ganhem no mínimo o atual valor, que é de R$ 5.830,00, mensais, e consequentemente não se altere os salários do chefes do Executivo e dos secretários.
“Já fui contra a essa matéria na legislatura passada, quando o vereador também requisitou a redução, e serei novamente. Seria simples, no intuito de ficar bem com a população, votar favorável, mas entendo que todos nós, bem como os demais envolvidos na matéria, trabalhamos muito e temos uma grande responsabilidade”, disse Castro, que fez uma sugestão à macega: “Entendo que o exemplo deve começar por quem requer, portanto, ele deve destinar imediatamente 20% de seu salário para alguma instituição e talvez com isso sensibilize a fazermos o mesmo”.
Souza, assim como Macega, já anunciou que não tentará uma reeleição. Com isso, disse entender que seria uma incoerência sua reduzir o salário dos futuros parlamentares. “É demagogia achar que eu sou merecedor e os futuros vereadores não são. Somos trabalhadores e damos lucro para a nossa comunidade com o que conquistamos para ela. Eu também entendo que é uma ilusão achar que uma redução de subsídios nos dois poderes vai equilibrar as contas do município, assim eu não sou favorável a essa redução, pois não serei contra meus próprios princípios”.
Entre os que votaram pela diminuição dos vencimentos, Caetano fez a seguinte comparação: “Existe mais de uma centena de funcionários públicos, ativos e inativos, que precisam de uma complementação para que o seu salário chegue ao valor de um mínimo. Acho que um prefeito ganhar R$ 19 mil por mês é muito, um desrespeito, assim voto com minha consciência e sou a favor de reduzir em 20%”, afirmou o pedetista.