
O Poder Judiciário deu a primeira resposta à comunidade com relação à série de estupros que Antônio Lobato Ortiz, de 69 anos, teria cometido contra quatro meninas menores de 14 anos. A decisão foi assinada pelo juiz Rodrigo Ferreira em março, mas a senteça só se tornou pública neste mês. O acusado foi condenado a 25 anos e três meses de prisão apenas por um dos crimes.
Segundo o Ministério Público (MP), com base nas provas contidas no inquérito policial de responsabilidade da Polícia Civil, a vítima foi abusada sexualmente por no mínimo dois anos.
A prisão de Ortiz, que ocorreu em agosto do ano passado, surpreendeu a população, tendo em vista que o idoso era uma figura admirada na cidade. Além de fundador do Grupo de Idosos Renascer, projeto com sede física situada no bairro Sinuelo, ele apresentava uma vez por semana um programa musical direcionado à terceira idade na Rádio Comunitária Piratiniense.
O que contribuiu de forma significativa para a descoberta dos estupros foram as muitas denúncias feitas ao Conselho Tutelar de Piratini, que desde 2020 apurava a situação envolvendo quatro meninas. Contudo, os abusos só foram comprovados em três vítimas.
O promotor de Justiça Adoniran Lemos Almeida Filho, que atuou na acusação, se diz satisfeito com a decisão do juiz. “O réu foi condenado por estupro de vulnerável, de forma continuada, pois a vítima foi estuprada por um longo tempo. A autoria desses crimes ficou provada, bem como, a repetição dos mesmos, ou seja: agressão repetida, mais de um delito, o que nos levou a pedir ao juiz que isso pesasse no momento de dar a sentença, o que foi reconhecido e acatado, gerando essa pena mais elevada”, explicou Almeida Filho.
A defesa de Ortiz entrou com um recurso apelando da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Estado. O acusado está detido no Presídio Estadual de Canguçu e responde a outros dois processos da mesma natureza.
Além do Disque 100, em Piratini é possível denunciar casos de estupro de vulnerável e pedofilia, bem como outros casos envolvendo crianças e adolescentes, também através do telefone do Conselho Tutelar: (53) 99149-5180. Todas as denúncias são apuradas.