Os R$ 300 mil que o então juiz da Comarca de Piratini, Mauro Peil Martins, anunciou em abril de 2018 seriam destinados ao Rotary Club, que entre seus projetos sociais mantém a Escola de Música do Rotary, não mais serão usados pela entidade para a construção do Centro de Cultura.
Essa verba é proveniente de uma multa que a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) foi condenada a pagar por faltas constantes no abastecimento em Piratini. O valor foi proposto pela própria estatal, desde que o montante total de R$ 500 mil fosse aplicado em projetos de interesse da comunidade e na revitalização do Centro Histórico.
Isso fez com que o médico e rotariano, Luiz Fernando Farias, idealizador do projeto que permite a crianças e jovens, sendo a maioria sem condições financeiras, aprender a tocar um instrumento, sonhasse com um local não só para a garotada musicista, mas um espaço público para abrigar eventos culturais como um todo.
Frustrado diante da impossibilidade do Rotary acessar o recurso, Farias explicou o motivo da negativa da justiça após esta ter feito o anúncio.
“Ocorre que inicialmente área que nós tínhamos para a construção do prédio havia sido cedida em sistema de comodato pelo Sindicato Rural. A justiça retrocedeu, alegando que seria uma verba pública usada em uma propriedade privada, sendo esse o impedimento inicial.
Com a negativa, Farias disse que se tentou uma segunda alternativa, sendo esta um terreno na avenida Perimetral, o que também não foi possível, pois a prefeitura não autorizou por este não ter uma das medidas dentro do padrão exigido por lei.
“Segundo a Lei Orgânica do município, a área tem que ter no mínimo dez metros de frente, e esse terreno tem apenas oito metros neste sentido”, explicou o rotariano.
Ele disse que fez um apelo à prefeitura, pois era para construir algo que beneficiaria a cidade, mas que a liberação não foi concedida.
“Apelamos e argumentamos que era uma situação especial, pois em Piratini não temos outro lugar para realizar manifestações culturais, exceto a Sociedade Recreio Piratiniense, mas ainda assim não foi possível, o que entendo ter sido uma falta de sensibilidade do município, uma vez que muita coisa é feita em desacordo com a lei para este fim”, lamentou.
Farias disse que, como verba ainda está disponível, o Rotary agora luta para que essa seja destinada à Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que busca recursos para a construção de um ginásio para a entidade.