Em 21 de setembro, é comemorado o Dia Nacional da Luta Pelos Direitos das Pessoas com Deficiência. O Jornal Tradição Regional conversou com Marisa Ferreira de Souza, de 35 anos, que nasceu com Mielomeningocele, uma má formação na coluna cervical.
Sobre a vida, ela assegura ter poucas limitações, pois desde os oito anos conta que faz inclusive atividades domésticas. Ainda, enxerga sua cadeira de rodas apenas como um acessório que auxilia na locomoção.
“Para falar a verdade, não me sinto presa a uma cadeira como muitas pessoas acham. Ela [cadeira], na verdade, é um auxílio para eu me movimentar e nada mais. Faço comida, lavo roupas, e isso para mim não é estranho como possa parecer aos olhos de quem, por exemplo, consegue caminhar”, exemplifica.
Há oito meses, ela está feliz com o namorado Marcel Alves, do qual fala com extremo carinho. “Ter conhecido o Marcel mudou, no mínimo, em um sentido: eu passei a me enxergar mais como uma pessoa “normal”, que tem alguém que gosta de mim e que me olha com outros olhos”, resume.
No entanto, Marisa reclama da acessibilidade externa, uma vez que encontra inúmeras barreiras quando sai de casa e cita a ausência de acesso na maioria do comércio. Também, comenta sobre a limitação existente no Executivo para receber pessoas com deficiência.
“Na Prefeitura, existe acesso por uma entrada lateral e isso, em minha opinião, não é acesso. Por que nós, cadeirantes, temos que entrar pelos fundos?”, indaga.
Ao concluir, ela deixa uma mensagem para as pessoas com deficiência e àqueles que têm um filho ou outro familiar com alguma limitação.
“Nunca desistam dos seus sonhos, pois não devemos nos sentir inferiores. Não somos menos e, em certas situações, acredito que até raciocinamos melhor, já que a cabeça pensa mais do que as pernas. Não deixem a peteca cair. Sempre para frente”, finaliza.
