O fato de o Hospital Nossa Senhora da Conceição não dispor do serviço de Obstetrícia, o que obriga o município de Piratini encaminhar as gestantes para Pelotas e Rio Grande para que elas possam ter seus filhos, levou um grupo de mulheres a realizar um protesto na tarde desta sexta-feira (10).
Com cartazes e frases de ordem, elas protestaram em frente à Câmara de Vereadores contra a situação, que já dura três anos. No Legislativo, foram convidadas a entrar durante a sessão ordinária. Também protestaram em frente ao Centro Administrativo, onde buscaram chamar a atenção do prefeito Márcio Porto (MDB) para as dificuldades em conseguir uma consulta com pediatras e ginecologistas.
“Nosso intuito é mobilizar os responsáveis pelo serviço, pois está cada vez mais complicado ter um filho, o que já há muito tempo não acontece em Piratini. Nosso ato busca também chamar a atenção das autoridades do estado para que especialidades como a Obstetrícia, por exemplo, retorne ao hospital que já foi referência nesse sentido”, disse Márcia Sena, que liderou a manifestação.
Ela acrescentou que esse deslocamento para municípios vizinhos, muitas vezes, se torna complicado, já que é comum a gestante não ter um acompanhante e recursos financeiros para aguardar a hora de dar a luz em outra cidade.
“É complexo. Às vezes a grávida não tem quem a acompanhe e muitos menos dinheiro para se manter num município que não é o dela. O que estamos fazendo agora objetiva sensibilizar os gestores de saúde de Piratini, mas também quem tem o poder de decisão no estado.
A reportagem conversou com o diretor do hospital, Laerto Farias, que foi sucinto ao comentar a ação das manifestantes. Ele disse que a decisão de retirar de Piratini a referência em Obstetrícia foi do estado, portanto foge da alçada da direção dar solução ao problema.