Decisões tomadas pela Prefeitura em relação à educação infantil desagradam pais em Piratini

Espaços serão ofertados somente em um turno. (Foto: Nael Rosa/JTR)

Uma decisão da Prefeitura de Piratini em relação à educação infantil desagradou e supreendeu muitos pais no início desta semana – creches do município não mais oferecerão o serviço de pré-escola em tempo integral, ou seja, manhã e tarde, e sim, em período único. Além disso, nos meses de janeiro e fevereiro, há possibilidade de fechamento da pré-escola.

De acordo com Luís Fernando Torrescasana, secretário municipal de Educação, a nova postura é uma decisão administrativa, mas baseada no Plano Nacional de Educação. Assim, os espaços serão ofertados somente em um turno.

“Houve uma mudança e a pré-escola não será mais ofertada em turno integral, e sim parcial, justamente por ser um ciclo de pré-alfabetização e preparação para o ensino fundamental”, informou o gestor.

Outra decisão também gerou reclamação dos pais – trata-se do fechamento temporário do pré nos meses de janeiro e fevereiro, o que, conforme Torrescasana, é necessário não só devido às férias dos servidores no primeiro mês do ano, mas também para a formação dos professores e manutenção dos espaços escolares. Nesse caso, ainda há a possibilidade de mudança.

“O que estamos vendo é a questão do contingente para o mês de fevereiro, pois caso tenhamos pais que nos comprovem a necessidade de atividades essenciais, vamos congregar todos os alunos em uma só escola. Mas vale lembrar que isso não ocorreu no último período de férias, quando tivemos muitos educandários abertos e somente 30 alunos em toda a rede, o que se torna um problema, pois temos que organizar todo um aparato para receber as crianças e elas não comparecem”, reclama.

Por fim, Torrescasana destaca que já há uma orientação do Tribunal de Contas e do Ministério Público (MP), de que as creches não configurem uma questão de assistência social, e sim de educação. Portanto precisam oferecer uma regularidade no que diz respeito à progressão do desenvolvimento do ensino

Para o extesionista rural Anderson Fontoura, pai de uma menina de cinco anos que frequenta uma das escolas de educação infantil de Piratini, mesmo que o espaço não seja destinado ao assistencialismo, ela sempre serviu também de apoio nesse sentido, portanto ele vê a necessidade de que o município reavalie sua postura.

“O que me preocupa são os pais assalariados, assim, sem condições de pagar uma cuidadora. Também a questão da vulnerabilidade das famílias em relação à alimentação, pois muitas são numerosas e contam com as refeições dadas às crianças no período escolar, o que não é o meu caso, mas certamente o de muitos. Outro ponto que me causa preocupação é o de que talvez muitas mães terão que deixar seus empregos para cuidar de seus filhos. Assim, mesmo sabendo que esta decisão tem amparo legal, entendo que essa situação precisa ser adaptada para a realidade no nosso município”, opina.

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