Pinheiro Machado: Emater estima perdas superiores a R$ 30 milhões na produção agropecuária

A vitivinicultura vem ganhando destaque no município (Foto: Arquivo/JTR)

Os primeiros quatro meses do ano foram de pouquíssimas chuvas em Pinheiro Machado, menos de 130 milímetros, segundo o extensionista do escritório municipal da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Rafael Lopes, que agora corre para auxiliar as famílias assistidas pela empresa de extensão rural, que além de perdas significativas em suas produções, em torno de 70% tanto na soja quanto no milho, enfrentam a falta de água nas propriedades, tanto para consumo humano quanto animal. Lopes estima que, somados todos os danos, o prejuízo para a agropecuária local ultrapassa os R$ 30 milhões.

Entre a ajuda oferecida pela extensão aos produtores, está a elaboração dos pedidos de seguro, principalmente, na soja, para aqueles que tiveram os custeios de suas lavouras financiados. As áreas de milho, em torno de 1,3 mil hectares e de soja, 6,5 mil hectares aproximadamente, tiveram frustradas as expectativas iniciais de produção. No milho e na soja, a expectativa inicial era de colher 2,4 mil kg ou 40 sacos por hectare, foram transformadas em 600 a 800 kg por hectare, dependendo do local.

A situação também é preocupante na pecuária, em que os animais, especialmente os terneiros, registram perda corporal em torno de 20%. Ele explica que o ganho base é de 120 kg por animal ao ano, o que resulta numa perda de 24 kg por cabeça. “Multiplicados por 130 mil, que é o número de cabeças do rebanho, vamos encontrar o que se deixa de ganhar, ou seja, uma menor taxa de desfrute no rebanho”, explica.

Segundo o extensionista, há perdas expressivas e ainda não estimadas também na cultura do feijão. Na ovinocultura, ainda não há perdas. “A ovelha custa mais a sentir os efeitos da estiagem, por possuir hábito alimentar diferente e ter uma maior resistência”, ressalta.

Atividades econômicas

Durante muitos anos, Pinheiro Machado, que completa 142 anos no dia 2 de maio, foi vista como a terra da ovelha e da fábrica de cimento. No entanto, desde o final dos anos 90, a matriz produtiva do município sofre uma transformação e entre as atividades econômicas surgem os vinhos, as florestas de eucalipto e acácia, a olivicultura e a promessa, de uma fábrica de pallets, acenada pela multinacional Pellco, mas que ainda está em compasso de espera.

São mais de 70 hectares dedicados à vitivinicultura e dois empreendimentos, entre eles, a Vinícola Terrasul, de Flores da Cunha e outro em fase de implantação. Onde antes se viam pastagens com gado e ovelhas, se estabeleceram as florestas, que hoje somam 20 mil hectares de eucalipto e outros 4 a 5 mil hectares de acácia. A olivicultura também já tem seu espaço consolidado com aproximadamente 700 hectares de oliveiras plantadas, em torno de 100 hectares em plena produção, de dois grandes empreendedores e que têm como destinação final a produção de azeites. Os empreendedores ainda processam o azeite de outros municípios, como Hulha Negra, Candiota e Encruzilhada do Sul e acenam ao plantio de oliveiras de mesa, o que deve envolver também o pequeno produtor.

A soja ocupa em torno de cinco mil hectares com lavouras e tem perspectiva de crescimento. A ovinocultura, que sempre foi o carro-chefe do município, apesar da diminuição da quantidade de rebanhos, se qualificou. A prova disso desfila todos os anos, no mês de janeiro, durante a Feovelha, exposição que apresenta genética da melhor qualidade e excelentes rebanhos.

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