Variantes do coronavírus são identificadas em Pelotas

Foto: Getty Images via BBC

A Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou nesta sexta-feira (16), que foi identificada, em Pelotas, a variante do coronavírus VOC 202012/01, conhecida também como a variante do Reino Unido. Esta cepa da doença ainda não havia sido registrada no Rio Grande do Sul. Além da variante britânica exames analisados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) determinaram a presença no município das variantes nacionais VOC P.1 e P.2., detectadas em Manaus e Rio de Janeiro, respectivamente, e que já circulavam no Estado.

Os exames coletados em Pelotas são enviados para análise do Lacen/RS, que também faz o sequenciamento genético. Em alguns casos, esses exames são encaminhados também para verificação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disse a secretária de Saúde, Roberta Paganini.

Assim que tomou conhecimento dos resultados positivos para essas cepas do coronavírus, a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (3ª CRS) entrou em contato com a SMS para que uma investigação mais detalhada fosse feita. “Toda a investigação é feita por meio de parceria da Vigilância Epidemiológica municipal com a Vigilância da 3ª CRS”, explicou a delegada Caroline Hoffmann.

Aumentar a vigilância

Após essa etapa, as informações foram encaminhadas ao Centro de Operações de Emergências da Saúde (COE) estadual que investigará as características das infecções e onde ocorreram. A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Cynthia Molina Bastos, explica que novas variantes exigem reforço nos protocolos sanitários, como uso da máscara, distanciamento social e higienização.

“Qualquer variante nova, qualquer alteração no vírus, não é motivo para pânico, mas é mais um sinal que devemos redobrar a vigilância porque variantes novas e estas alterações que estão sempre acontecendo aumentam a chance de que todo o poder dessa vacinação em massa que a gente está fazendo possa ficar um pouquinho mais fraco”, frisou Cynthia.

A 3ª CRS e a SMS também esclarecem que somente nos exames RT PCR feitos em laboratórios oficiais são passíveis de se identificar variantes do coronavírus, o que auxilia na definição de estratégias efetivas de controle da epidemia.

Entenda as variantes

De acordo com a Nota Técnica n° 59 do Ministério da Saúde (MS), a variante VOC 202012/01, linhagem B.1.1.7, foi notificada pela primeira vez em dezembro de 2020 no Reino Unido. Ela tem maior transmissibilidade e é considerada mais letal, podendo gerar aumento de hospitalizações e incidência de casos em função disso.

Já a variante VOC P.1, linhagem B.1.1.28 foi notificada em 9 de janeiro de 2021, pela autoridade do Japão à Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao Ponto Focal do Regulamento Sanitário Internacional (PFRSI) do Brasil. A notificação descreveu a identificação da nova cepa em viajantes provenientes de Manaus. Esta nova variante apresenta mutações que geraram alterações de importância biológica e são semelhantes às detectadas no Reino Unido. O Ministério da Saúde também alerta na mesma Nota Técnica, que “devido ao aumento rápido e expressivo do número de casos e óbitos pela doença em Manaus, há uma hipótese de que isso esteja relacionado com uma maior infectividade dessa variante”.

“A variante VOC P.2, linhagem B1128, foi detectada pela primeiro vez no Rio de Janeiro em outubro de 2020, ela tem característica de alta transmissão e há hipóteses de que estar associada a não reconhecimento por anticorpos neutralizantes de pessoas já infectadas por coronavírus”, disse a epidemiologista da 3ªCRS, Dóris Schuch.

“A sigla VOC se origina do inglês- Variant of Concern e é um indicativo para variantes de atenção devido à preocupação dos especialistas da introdução das mesmas nos territórios e o respectivo impacto na transmissão e capacidade de enfrentamento e atenção à saúde das pessoas infectadas”, comentou a epidemiologista.

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