Desde terça-feira (19), a Santa Casa passou a realizar tratamentos de Radioterapia com o novo Acelerador Linear Varian – Clinac Cx. O equipamento chegou ao Hospital através do plano de expansão da Radioterapia do Ministério da Saúde (MS). Diversas cidades de todo país, que aderiram ao plano, foram contempladas com o acelerador de última geração.
Além do equipamento, toda estrutura física onde o acelerador está alocado foi financiado pelo MS, já que o local necessitava de uma obra especial, com dimensões específicas para funcionar.
O que vai melhorar
Atualmente, o setor de Radioterapia da Santa Casa atende, aproximadamente, de 65 a 70
pacientes por mês. Com o início dos tratamentos através do novo acelerador, estima-se que
esse número poderá subir para 85 a 90, mensalmente. Isso se dá pelo fato dos tratamentos serem realizados com mais rapidez e eficácia, fazendo com que a comunidade da região sul tenha mais agilidade nos atendimentos, tornando melhores os resultados no combate de inúmeros tipos de cânceres.
É válido lembrar que o equipamento recebeu um upgrade em seu software e hardware. Este upgrade dá o status de equipamento de Radioterapia mais moderno e avançado da metade sul do Rio Grande do Sul, possibilitando um leque maior de procedimentos, maior qualidade no serviço desempenhado pelas equipes e a facilitação para pacientes que não precisarão mais se deslocar para outras cidades.
Sobre o tratamento com o novo equipamento
O Dr. Dercio Zerwes, médico Radio-Oncologista do CERON Santa Casa, afirma que, cerca de dois anos atrás, o Ministério da Saúde colocou à disposição dos serviços já existentes de Radioterapia, no Brasil, aceleradores lineares. A Santa Casa foi incluída nessa negociação e recebeu um aparelho de última geração.
A diferença da máquina atual em relação à nova é o fato de possuir um sistema que permite tratar, praticamente, todos pacientes que necessitam de radioterapia externa. Agora, será possível realizar radiocirurgias (que não é uma cirurgia, mas parece) e radioterapia com IMRT- VMAT (intensity modulated radiation therapy).
Para que todos entendam o processo, ele funciona da seguinte forma: o paciente é atendido pelo médico Radio-Oncologista que, após avaliação oncológica, determina se a radioterapia realmente está indicada. Se indicada, ele solicita uma tomografia computadorizada da área a ser tratada, que é realizada na Santa Casa. Em continuação, as imagens são transferidas para o médico Radio-Oncologista, que então desenha a área a ser tratada e a área a ser protegida.
A partir daí, entra em ação o físico, que vai definir quantas portas de entrada o aparelho precisa ter para fornecer a radiação na área que o médico definiu para ser tratada. Após as definições do médico e do físico, Técnicos de Radioterapia controlam o equipamento por computadores. O próprio aparelho, na hora da radiação, desenha automaticamente, através de 120 lâminas, a delimitação da área a ser tratada.
Esse é um processo rápido, de no máximo 10 minutos, e os resultados com essa nova possibilidade melhoram, pois tem-se menos radiação fora da área que precisa ser irradiada. Importante ressaltar que com esse investimento, no CERON, poderão se realizar a maioria dos procedimentos em radioterapia de alta complexidade, tais como já são realizados em centros avançados de radioterapia no Brasil e exterior.