Pelotas: HUSFP realiza a primeira doação de órgãos do ano

A captação de múltiplos órgãos ocorreu na noite de quinta-feira (1º) e poderá ajudar até oito pessoas. (Foto: Divulgação)

Já passava das 23h de quinta-feira (1º) quando a equipe da Central de Transplantes do Estado deixou o Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) rumo a Porto Alegre. No retorno, a esperança de poder levar vida a outras pessoas.

A noite fria de 1º de julho marcou a primeira doação de órgãos da casa de saúde em 2021. “A gente agradece muito ao sim da família doadora. É uma hora de dor para amigos e parentes e ao mesmo tempo, um grande gesto de amor”, comenta a coordenadora do setor de Educação Assistencial do HUSFP Nívia Barragan.

Segundo ela, que também integra a Comissão Intra-hospitalar de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), a doação foi de múltiplos órgãos, o que pode, em alguns casos, vir a salvar e contribuir na qualidade de vida de até oito pessoas.

Além dos profissionais da comissão do hospital, a ação contou com o apoio da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO) do Estado.

Impactos da Covid-19

Há cerca de 15 anos o hospital conta com uma Cihdott. Em 2020 e neste ano o trabalho da Comissão tem sido fortemente impactado pela pandemia. No ano passado oito famílias disseram sim à doação. Em anos anteriores os números eram superiores, comenta Nívia ao complementar que muito dessa mudança está vinculada à alteração dos protocolos.

Os reflexos da crise sanitária não são exclusividade do HUSFP. Conforme dados da Central de Transplantes do Estado, até junho deste ano foram efetivadas 60 doações no Rio Grande do Sul, enquanto em 2019 esse número chegou a 99 em igual período.

Expresse sua vontade!

De acordo com uma pesquisa feita em 2019 pela Secretaria da Saúde, em 43% dos casos a negativa familiar acontece porque o potencial doador, ainda em vida, não havia deixado claro qual era o seu desejo. O dado reforça a necessidade de que o assunto deixe cada vez mais de ser tratado como tabu e seja debatido nos lares dos brasileiros. “As pessoas precisam falar mais a respeito e expressar suas vontades”, pontua Nívia.

Em maio deste ano a lista de espera por transplantes no RS reunia mais de dois mil gaúchos.

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