Um palco para grandes debates, diz presidente do Sindicato Rural sobre a Expofeira Pelotas

Presidente do Sindicato Rural de Pelotas, Fernando Rechsteiner afirma que os debates promovidos na Expofeira em torno de temas que permeiam o agronegócio são fundamentais. (Foto: Rodrigo Chagas/Prefeitura Municipal de Pelotas)

Bons e necessários debates são esperados para a próxima edição da 97ª Expofeira. É o que espera o presidente do Sindicato Rural de Pelotas, Fernando Rechsteiner, para o evento que começa dia 9 de outubro e se estende até o dia 15 no Parque de Exposições Ildefonso Simões Lopes, da Associação Rural de Pelotas (ARP), entidade realizadora da feira agropecuária mais antiga do Rio Grande do Sul e a maior em entrada de animais e em vendas de gado de corte depois da Expointer.

Rechsteiner acredita que os debates se darão na órbita de temas que cada vez ganham mais relevância no agronegócio – não apenas regional: ambiental, mercadológico, tecnológico e climático. O ambiental tem hoje pro agro um status de “fundamental”, nas próprias palavras do presidente do Sindicato Rural. “Faz parte do nosso dia a dia”, justifica.

O mercadológico é de interesse de toda a cadeia produtiva e diz respeito às principais culturas presentes na região, enquanto o tópico tecnológico envolve uma série de temas que permeiam a produção agrícola, como manejos, novos insumos, sistemas produtivos, rotações de cultura, integração lavoura-pecuária, entre outros.

Mas a questão climática deve dominar as discussões. Segundo Rechsteiner, setembro foi um mês perdido no preparo da safra de verão. “Não se fez praticamente nada, normalmente já se tem plantio de arroz, mas não tivemos piso, temos sinais evidentes que a safra vai sofrer atraso, historicamente é assim, em anos de El Niño se traduz em atraso”, afirma.

Mas para além das agruras do clima, e até por elas, Rechsteiner não tem dúvidas de que a 97ª Expofeira Pelotas será rica em debates e discussões acerca do agronegócio, um dos principais pilares da economia regional, cujo tripé se completa com os setores de comércio e serviços. “O rol é grande de assuntos em debate, que sempre é enriquecido pela presença ativa de representantes de entidades públicas e privadas na Expofeira.”

Preços

O cenário de queda de preços em relação ao ano passado estará no centro das discussões da Feira. A avaliação é unânime entre lideranças do agronegócio: estão muito abaixo do considerado razoável, sobretudo na pecuária de leite e de corte. “Vivemos sempre uma curva, e agora atingimos o fundo do poço em termos de preço”, critica. No entanto, apesar do cenário adverso, Rechsteiner acredita que a Expofeira Pelotas deve movimentar um bom volume de recursos. Ano passado, apenas nos leilões de gado de corte, o evento atingiu R$ 7 milhões em vendas. Embora sem fazer projeção para a atual edição, ele crê em um ambiente favorável. Explica: “O produtor trabalha com uma perspectiva de futuro, ele vai comercializar o fruto desse touro que vai adquirir numa realidade melhor de mercado que virá adiante, não tenho dúvidas de que o produtor vai investir em genética e os remates terão pista limpa”.

Destaca ainda a retomada dos leilões de cavalo crioulo, a cargo da Cabanha Guanabara, que voltam a ser realizados na Expofeira Pelotas após quatro anos. “É de se comemorar esse retorno, porque o mercado do cavalo crioulo é representativo no agronegócio regional pelo grande número de criadores e, assim como no setor do gado de corte, pela excelência genética”, elogia.

O presidente do Sindicato Rural lembra também que esta edição da Feira coincide com datas extremamente importantes: os 140 anos da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas (Faem/UFPel), a mais antiga do Brasil em atividade ininterrupta, e os 125 anos, no dia 12 de outubro, da Associação Rural de Pelotas (ARP), entidade realizadora da Expofeira. “Nenhuma entidade fica tanto tempo em atividade se não tem o que mostrar – se confunde com a história da agropecuária, com a história da região e com a história de Pelotas – esta edição [da Expofeira] vai ser forte, independentemente do momento em que se vive”.

Rechsteiner só pede para uma trégua na chuva durante a realização do evento. “Que São Pedro nos abra uma janela de sol”, ri. E completa: “Até para o público urbano vir em massa, que sempre é muito bem-vindo para enxergar como os produtos que consome são produzidos, presenciar isso com sol é sempre mais agradável”.

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