
Após um dia de extensa programação, foi aberto oficialmente na noite de terça-feira (7) o 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura no Centro de Eventos Fenadoce, onde o evento, considerado o maior do setor em âmbito técnico-científico do país, ocorre até sexta-feira (10) com palestras, fóruns, salas temáticas por culturas, minicursos teórico-práticos, entre outras atividades.
Pesquisador na área de Fruticultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), Henrique Petry, lembra que o setor ocupa o sétimo posto no ranking de negócios do agro brasileiro. “É uma das potências que gira a máquina do agronegócio e, principalmente aqui, na região, mais do que em outros lugares, a fruticultura é característica da agricultura familiar”, disse ele durante discurso na solenidade de abertura, que contou inicialmente com a participação de cavalarianos e da Invernada Juvenil da União Gaúcha João Simões Lopes Neto, com apresentação de danças.
Petry destacou também que embora em sétimo no ranking interno de produtividade, a produção do setor no Brasil coloca o país como terceiro maior produtor de frutas do mundo, atrás apenas de outros dois países – Índia e China. E o cenário oferece oportunidades de expansão, segundo o presidente da entidade realizadora do Congresso. “O Brasil tem área para expandir, gente à disposição, terras aráveis, clima propício para culturas de clima frio até as de clima tropical, em suma, diversos fatores que contribuem para tornar a fruticultura mais competitiva”, justificou.
Presidente do Congresso, o professor da área de Fruticultura da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem/UFPel), Vagner Brasil, considera que já em seu segundo dia – o primeiro de programação no Centro de Eventos Fenadoce (a segunda-feira foi dedicada a visitas técnicas nas propriedades de Pelotas e região) – o Congresso já disse a que veio, com participação de público expressivo e apresentação de trabalhos e palestras que abordaram temas atualizados na órbita da produção de frutas. “A temática [tecnologia e sustentabilidade] corresponde ao que se espera de um evento como esse, com a presença de empresas que oferecem novas tecnologias de aplicação, tecnologia 4.0, bioinsumos, melhoramento genético e questões ligadas à inovação, temos certeza que essas discussões vão chegar na ponta, no produtor, esse é o nosso principal objetivo”, comemorou.

Nesta quarta-feira (8), dentro da agenda do Congresso, será aberto o 5º Encontro Nacional de Olivicultura, com reunião da Câmara Setorial das Oliveiras, a partir das 9h. Antes, às 8h30, o professor da Fresno State University (Califórnia EUA) Luca Brilhante, ministra a conferência “A Fruticultura e as tecnologias: como será no futuro”.
O 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura é uma realização da SBF, em conjunto com UFPel, UFSM, Unipampa, UFRGS, IFSul e Embrapa Clima Temperado. Participam representantes de 25 unidades da federação e de outros sete países, como Estados Unidos, México, Argentina, Uruguai, Colômbia, Espanha e Itália.
Embrapa
Durante o segundo dia da programação, a Embrapa Clima Temperado fez o lançamento de duas novas cultivares – a BRS Ticuna (amora preta) e a BRS Sarau (pêssego de mesa), a cargo, respectivamente, dos pesquisadores Maria do Carmo Raseira e Rodrigo Franzon.
No caso da amora, Maria do Carmo ressalta a alta produtividade, com parcela significativa destinada à indústria, e maturação a partir da segunda quinzena de novembro. Já a BRS Sarau, de acordo com Franzon, é uma cultivar pra consumo in natura de maturação tardia, já testada em diferentes locais das regiões Sul e Sudeste.
Mais detalhes sobre essas cultivares estarão disponíveis na próxima edição do JTR Agro, do Tradição Regional, com publicação prevista para o dia 24 deste mês.