Espaço da Agricultura Familiar na 29ª Fenadoce tem 68 empreendimentos

Com a Morangos da Rosa, de Cristal, Rosa Harthmann da Silva participa pela primeira vez da Fenadoce, com diferentes sabores de geleias. (Foto: Stéfane Costa/JTR)

Espaço já cativo na Feira Nacional do Doce, a Feira da Agricultura Familiar contará nesta edição com 68 estandes. Neles, o público terá acesso a grande variedade de produtos beneficiados pelas agroindústrias localizadas na zona rural de Pelotas, da região e do estado, principalmente do município e Zona Sul. Dessas 68 unidades, 37 serão ocupadas por agricultores familiares de Pelotas e entorno, procedentes de 12 dos 22 municípios que integram o Conselho Regional de Desenvolvimento Sul (Corede Sul).

A participação do segmento é crescente na Fenadoce. Desde a primeira experiência, em 2015, quando apenas oito empreendimentos expuseram sua produção em um mezanino junto aos restaurantes, a agricultura familiar não para de aumentar sua presença na Feira. Realidade que obriga o Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, responsável pela organização do espaço, a reduzir a área dos estandes para dois metros de frente. É preciso fazer caber os interessados. Situação vista com bons olhos por Renato Cougo, o extensionista encarregado de organizar o setor na Fenadoce – e também na Expofeira, dois dos principais eventos da agenda de festividades no município. “Assim temos um número maior de empreendedores e mais acesso a todo tipo de agroindústria”, justifica.

O sucesso nas vendas e no faturamento explica a procura da agroindústria familiar por este lugar ao sol. Os empreendedores do setor reconhecem que a Feira oferece a melhor comercialização depois da Expointer, em setembro, em Esteio (Região Metropolitana), e da Expodireto, realizada em março, em Não-Me-Toque (Norte do Estado, a 482 quilômetros de Pelotas). “A Fenadoce é o 13º deles”, exemplifica Cougo.

Em números: se em 2016, na segunda edição da Feira da Agricultura Familiar na Fenadoce, o valor total em vendas atingiu R$ 33,6 mil, em 2022 o montante saltou para R$ 1.138 milhão, com 42 empreendimentos. Para este ano, a expectativa mais otimista é de que as cifras possam chegar aos R$ 2 milhões. “Mas se atingir R$ 1,5 milhão estaremos satisfeitos”, diz Cougo.

Motivos não faltam para acreditar em volume de vendas superior ao do ano passado. Assim como em 2022, além de ter acesso a floriculturas e artesanato, o que inclui artefatos de produção indígena das etnias Guarani e Kaingang, em 2023 o visitante vai se deparar com uma ampla opção de gêneros alimentícios – itens que costumam ser a estrela da festa. A oportunidade de adquiri-los diretamente do produtor sempre puxa o carro do faturamento.

Laticínios, como doces de leite, queijos, rapadurinhas, iogurtes e bebidas lácteas, estão entre os mais procurados. Assim como doces coloniais, cuja manufatura original tem sido resgatada. Geleias, schmiers, pessegada, figos em calda e até cristalizados invariavelmente registram grande procura. Embutidos, idem. E, claro, bebidas, como sucos e vinhos.

Espaço, com 68 expositores, tem diversas opções como queijos, salames, cachaças, doces de leite e outros produtos. (Foto: Stéfane Costa/JTR)

Além da já tradicional Jurupiga da Ilha, produzida na Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande, a Agricultura Familiar nesta Fenadoce terá uma banca com a famosa cachaça de Canguçu – devidamente formalizada para comercializar com o status de agroindústria.

Mel é outro produto que o visitante não deixa de levar para casa. É o caso desta edição. Pelo menos três agroindústrias são presença garantida no espaço – dentre elas duas recentemente inauguradas, procedentes de Jaguarão e Pelotas.

A famosa pimenta de Turuçu, na forma de conservas, molho e geleia, também tem espaço garantido. Mas não apenas. Sucesso na Fenadoce do ano passado, a popular galinha da colônia congelada da Bertinetti Peil, de Canguçu, é outro item que estará disponível.
Diversidade, portanto, é o que a Feira da Agricultura Familiar tem para oferecer. No entanto, há mais um diferencial. Cougo destaca que a exemplo de edições anteriores, serão disponibilizados produtos in natura, principalmente de hortifrutigranjeiros, o que torna os expositores os principais fornecedores dos restaurantes e lancherias da praça de alimentação da Feira Nacional do Doce. E não apenas. Das doceiras também.

Foi o caso em 2022 da agroindústria Pecã da Estância, de Colorado, Norte do estado. Na ocasião, o empreendedor abasteceu doçarias para a produção de iguarias à base de noz-pecã. A experiência valeu a pena. Tanto que neste ano vai cruzar de novo os 487 quilômetros que separam Colorado de Pelotas para se fazer presente na Fenadoce.

Outra opção é na Morangos da Rosa, de Cristal, que participa pela primeira vez da Fenadoce. Apesar do nome as opções de geleias oferecidas no local são muitas, e diferentes. É possível comprar geleias de morango com pimenta, erva-mate, vinho branco, de vinho cabernet, caipirinha e cerveja.

“A gente foi ver o que o pessoal gosta”, conta a Stefani Harthmann da Silva, filha de Rosa Maria.

As geleias surgiram a partir de 2019, com o excedente da produção orgânica de morango da família, que era congelado. A primeira foi a geleia de morango. O sucesso fez o público pedir mais sabores. “E aí a gente foi investindo em cursos. A gente não gosta de concorrer, é ruim concorrer, e a gente precisava de novidade”, lembra. As produções também são como foco mais sabor e menos açúcar. No local ainda é possível encontrar frutas desidratadas. A família também pretende incentivar o turismo na propriedade, com um roteiro turístico e almoço colonial a partir de outubro.

Segurança
Detalhe mais que importante: todos esses produtos são produzidos dentro das mais absolutas normas de inspeção sanitária – condição fundamental para estar presente na Feira e obter registro de agroindústria. “São produtos com procedência assegurada no rótulo, que passaram por rigorosa fiscalização sanitária, ambiental e tributária”, reforça Cougo. “Quem está na Feira, está incluído”.

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