
Pelotas recebe entre 12 e 15 de setembro deste ano entre mil e 1,2 mil profissionais para o 38º Congresso Brasileiro de Agronomia. O evento será realizado no Parque de Exposições Ildefonso Simões Lopes, da Associação Rural de Pelotas (ARP), com intensa programação, que vai demandar a utilização de praticamente toda a estrutura disponível no espaço. A realização, em âmbito nacional, é da Confederação de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), em plano estadual da Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs) e, no município, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas (Aeapel).
Será a primeira vez que o Congresso ocorre fora de capitais e de polos turísticos – a edição anterior, a 37ª, foi realizada em 2021 em Florianópolis (SC). Três datas, segundo Talles Soares Rosa, presidente da Aeapel, justificam essa mudança de rota que traz o CBA até Pelotas: os 140 anos da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem), a mais antiga do Brasil em atividade ininterrupta – a de Cruz das Almas, interior da Bahia, unidade que integra a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), foi inaugurada antes mas teve as atividades suspensas por determinado período no início do século passado; os cem anos da Sargs; e os 45 anos da Aeapel.

Afora isso, outros dois fatores tiveram papel importante na escolha do município como sede do evento: a produção agrícola do Rio Grande do Sul e o papel de Pelotas como polo de produção e beneficiamento de alimentos. Condições logísticas, como rede hoteleira mais robusta, maior oferta de linhas aéreas junto ao aeroporto João Simões Lopes Neto e os trechos duplicados da BR 116, principal via que liga o município a Porto Alegre.
O presidente da Aeapel estima que 70% do público que se dirigirá a Pelotas para o Congresso será composto por profissionais atuantes no mercado e por produtores com formação em Agronomia dos três estados da Região Sul do país. Mas não apenas. Também estão confirmados engenheiros agrônomos das regiões Norte (Acre), Centro-Oeste (Mato Grosso e Goiás), Nordeste (Ceará, Sergipe e Bahia) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro). Comitiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também estará presente.
Programação
“Formação, atribuições e exercício pleno da Agronomia no mundo em transformação” é a temática desta edição. De acordo com Rosa, a profissão atualmente conta com um mercado amplo e eclético. Dois exemplos justificam a avaliação: cursos superiores como Zootecnia e Engenharia Agrícola eram abrigados sob o guarda-chuva da Agronomia, o último, no caso, para se trabalhar com engenharia de máquinas. “Há uma disputa entre as profissões, que hoje contempla diversas áreas, como gestão, administração e novas tecnologias do Agro 4.0”, cita Rosa. Por esta razão, torna-se ainda mais urgente a necessidade por formação e qualificação na área. Por isso, esse será um tema que não ficará em segundo plano durante o Congresso.
Ele pega como exemplo o mercado de drones, hoje em franca expansão. O presidente da Aeapel preocupa-se com a inserção de prestadores de serviço sem “qualquer conhecimento” na aplicação de agroquímicos. “É preciso no mínimo conhecer os produtos e saber como se utiliza e, para isso, conhecimento agronômico é fundamental”, defende.
O Congresso também terá na programação eventos culturais e gastronômicos, com ênfase na tradição e no folclore gaúcho. Uma confraternização para celebrar o evento está marcada para a noite de quinta-feira, 14 de setembro, em um jantar por adesão no CTG da UFPel, no campus Capão do Leão.