O produtor rural Augusto Rassier é o novo presidente do Sindicato Rural de Pelotas. Ele foi empossado durante solenidade em uma estrutura montada na sede da entidade, no parque de exposições Ildefonso Simões Lopes, na noite de terça-feira (14). Rassier, que acumula até dezembro o cargo de presidente da Associação Rural de Pelotas (ARP), permanece à frente do Sindicato por um mandato de três anos, renovável por mais três.
Com a presença em peso do primeiro escalão da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), liderado pelo presidente Gedeão Pereira, e de presidentes de sindicatos rurais de municípios da região, como Capão do Leão, Pedro Osório, São Lourenço do Sul e Arroio Grande, Rassier fez um discurso emocionado, no qual lembrou que o cargo ao qual tomou posse para ocupar pelo menos até novembro de 2026, quando termina seu primeiro mandato, já foi assumido por seu pai, Daniel Rassier, cuja gestão foi encerrada em 1999.

“Meu pai foi presidente da Casa, fez parte de uma importante transição do Sindicato, para mim é um prazer e uma honra assumir esta presidência”, afirmou ele ao Tradição Regional momentos antes da solenidade.
Mas para além da herança familiar, Rassier sabe dos desafios que terá pela frente. Destaca dois: um deles, o de zelar pelos propósitos e interesses do agronegócio, mantendo e construindo relações com outros setores da sociedade. “O agro vive um momento que precisa de muita atenção, somos um setor da economia muito visado, que por questões políticas requer representatividade para proteger os interesses da classe”, justificou.
O segundo é substituir Fernando Rechsteiner, que deixou o cargo ao qual se dedicou nos últimos seis anos na noite de terça. Como legado do antecessor, Rassier diz que vai manter a relação estreita com a Associação Rural de Pelotas, entidade realizadora da Expofeira e cujo futuro presidente deve ser definido até dezembro. “Continuaremos caminhando conjuntamente, temos os mesmos propósitos e interesses e hoje estamos muito unidos, somos uma instituição só”, disse.

Direito de propriedade
Na despedida do cargo de presidente do Sindicato, Rechsteiner garante que permanecerá atento aos interesses da classe. Ele continua na entidade sob o mandato de Rassier, agora como segundo vice-presidente, e, até o ano que vem, como diretor vice-presidente da Farsul.
De acordo com ele, a principal preocupação do agronegócio neste momento é em relação aos direitos de propriedade. “Estamos enxergando em Hulha Negra [região da Campanha] o que está acontecendo, temos uma série de invasores localizados na região, praticamente esperando para escolher qual propriedade vai ser invadida. Infelizmente, ainda precisamos nos preocupar com direito de propriedade, algo que já devia ter sido equacionado e solucionado há muito tempo em nosso país”, critica.
Sobre a atuação como líder de classe, o agora ex-presidente do Sindicato Rural de Pelotas ressalta a importância das entidades de classe no agronegócio como “a base do sucesso da atividade agropecuária”. Além do direito de propriedade, defende que o papel dos sindicatos rurais vai além, se inserindo na discussão pela abertura de novos mercados e principalmente encaminhando demandas do setor produtivo local e regional em âmbitos estadual e nacional. “O grande objetivo e trabalho do presidente de uma diretoria de sindicato rural é justamente representar os produtores da região, levando as suas demandas aos fóruns devidos para se buscar as soluções da melhoria da atividade agropecuária como um todo”.