Desde dezembro de 2021, a Câmara passou a ser regida pela nova Mesa Diretora, que inclui o presidente Marcos Ferreira (Sem Partido), o Marcola, como é popularmente conhecido -, além de César Brizolara, o Césinha (PSB), vice-presidente; Márcio Santos (PSDB), segundo vice-presidente; Paulo Coitinho (Cidadania), primeiro secretário, e Michel Promove (PP), segundo secretário.
Até o final do ano, o foco, de acordo com Marcola, é o início da construção da nova Casa Legislativa. Segundo ele, o intuito é propiciar à população um espaço adequado em prol de seus interesses, além de redirecionar o destino do dinheiro gasto em aluguel no prédio atual, no valor de R$ 45 mil.
“A ideia é que a gente possa oferecer para a população os espaços que vão ser criados dentro da Câmara”, explica Marcola, que detalha a estrutura que será construída, abrangendo grandes salas de reuniões, parque no entorno do prédio, auditórios, etc.
“A Câmara de Vereadores tem 190 anos, está completando agora, este ano, e não tem a sua sede própria. Vive de aluguel ou vive de prédios emprestados. Então está na hora, a nossa cidade merece isso. E é o que nós vamos fazer e entregar para a população”, reitera o presidente do Legislativo, que ainda enfatiza que a meta é iniciar a construção até dezembro deste ano.
Desde a posse dos novos membros, alguns projetos foram desenvolvidos, como ações em prol da organização interna do Legislativo. Marcola salienta que foi necessário aderir a uma nova dinâmica de ordenação, “concedendo um maior dinamismo, agilidade para votação dos projetos que são de interesse da cidade, e também uma organização por parte dos vereadores”, conta o presidente, que diz ter conseguido fazer, em conjunto com os demais membros, uma reforma administrativa, estruturando melhor as questões das comissões, além da agilidade nos trâmites de projetos.
Além disso, ele destaca que as atividades realizadas após a posse incluíram uma recomposição salarial de perdas para os funcionários da Câmara e a economia de recursos públicos, como os reajustes de salário de alguns funcionários. “Foi a primeira vez na história, em 190 anos, que um presidente teve coragem de cortar os super salários da Câmara. Tinha gente que ganhava R$ 17 mil. O teto agora é: ninguém ganha mais que vereador, é do vereador para baixo”, declara.
Outro projeto que está sendo desenvolvido é o “Câmara no Bairro”, que viabiliza a população conhecimento sobre os integrantes políticos. “A gente já está levando as audiências públicas, para percorrer todos os bairros e nossa colônia, para a população conhecer quem são os vereadores e a Câmara e ver também qual a situação de cada bairro”, afirma.
Experiência frente à Câmara
Quando questionado sobre a experiência durante o período em que está à frente da Câmara, o que inclui os obstáculos existentes, Marcola ressalta o cenário pandêmico, que impossibilita a ida da população à sede legislativa, bem como a visão que os cidadãos cultivam em relação aos vereadores.
“Pra mim, também um grande obstáculo ainda é o obstáculo moral. A gente acha que a população enxerga os vereadores com maus olhos, vamos dizer assim, numa linguagem mais popular. Pra eles, não precisam existir vereadores. E nós queremos o contrário, queremos trabalhar para melhorar a imagem do Legislativo”, revela o presidente, além de afirmar que tal visão negativa em relação ao Legislativo se origina de questões culturais.
“Isso vem sendo desenvolvido por uma questão cultural. As pessoas sempre entendem as dificuldades dos bairros e vilas porque o vereador está lá. Não é culpa do prefeito, é culpa do vereador. É uma questão cultural das pessoas entenderem que o vereador tem que resolver. Só que o vereador não tem a chave da máquina. Vereador não é executor. Quem executa é o poder Executivo. Então, acaba caindo sobre as costas daqueles que estão mais próximos da população” finaliza.