Pelotas chega renovada aos 210 anos e com olhar voltado para o futuro

Paula Mascarenhas (PSDB) celebra os avanços obtidos até o momento, sem esquecer dos investimentos que ainda são necessários. (Foto: Gustavo Vara)

Pelotas chega aos 210 anos renovada e com muitas perspectivas para o futuro. À frente da administração há quase dez anos, inicialmente como vice-prefeita no governo de Eduardo Leite (PSDB), de 2013 a 2016, e há quase seis como prefeita, desde 2017, Paula Mascarenhas (PSDB) realiza uma administração focada no bem-estar da população e melhoria da qualidade de vida dos pelotenses, especialmente as crianças, a quem seu governo dedica um esforço especial, com foco no futuro.

“Nós estamos trabalhando para melhorar a administração pública, levando à frente alguns processos e projetos de lei que reorganizam a administração e criam condições melhores para que a prefeitura possa enfrentar os seus desafios futuros”, ressalta.

De acordo com ela, problemas históricos estão sendo resolvidos, como o piso do magistério, que se arrastava há muito tempo, conflitos que acabaram desaguando no Judiciário e criando um passivo ainda maior de precatórios para a prefeitura. “Apesar do desgaste político, nós conseguimos resolver, confiantes em atender o interesse público”, pontua.

Segundo ela, ao mesmo tempo em que foram corrigidas estas distorções históricas, foram valorizados os professores, o que resultou em R$ 4 milhões por mês a mais na folha de pagamento, valor que foi direto para o bolso dos professores, e o que também terá reflexo na economia do município.

Ela lembra ainda a reforma da previdência, no final do mandato anterior, que resolveu questões internas burocráticas e que criavam grandes passivos financeiros, diz. “Não tenho dúvida de que vou entregar uma prefeitura melhor do que a que eu recebi, não quer dizer que todos os problemas foram resolvidos, mas estamos preparando o futuro”, afirma.

Segundo Paula, a cidade avança em direção a um futuro melhor. “A gente fez muitas entregas e isso gera demandas ainda maiores dos cidadãos e estamos conseguindo atender todos os bairros de alguma forma, com investimentos em todos e no Centro”, diz.

A prefeita destaca que estes 210 anos não é só o aniversário da cidade, mas de todos os pelotenses, um momento histórico. “A cidade de Pelotas é e será o que nós quisermos fazer dela, obviamente que a administração pública tem uma enorme responsabilidade sobre isso, mas Pelotas não é a administração pública, ela é a soma de todos os talentos, peculiaridades, características da sua população e das suas instituições”, destaca.

Aos pelotenses, ela quer passar uma mensagem de otimismo, incentivo e estímulo, para que continuem amando e cuidando da cidade, ajudando a dar a ela a afeição que merece. Ela ressalta que o gestor público tende a olhar para os problemas e para o futuro, mas olhando para trás, num passado bem recente aponta ser possível observar a superação de muitas questões.

“Quando a gente assumiu, não existia ainda o Pop Center, foi construído pelo governo Fetter e que a gente teve a missão de povoar, fazer o diálogo com os camelôs, que tomavam as ruas, inúmeros trailers espalhados pela cidade sem nenhuma organização, permanentemente nos espaços públicos”, ressalta.

Ela relembra, ainda, o sofrimento gerado pela pandemia, com a falta de certeza, a dificuldade da necessidade de fechar as atividades econômicas, impactando milhares de pessoas e a questão dos leitos hospitalares, por exemplo. “Vencemos a pandemia. Obviamente, não quero passar uma mensagem de que está tudo certo, que as pessoas não precisam mais se cuidar, ao contrário, mas só vencemos por causa da vacina”, destaca.

Para ela, se tornou uma obrigação das pessoas receber doses dos imunizantes, que foi o caminho encontrado pela ciência. “Mas a gente se organizou, tivemos a possibilidade de fechar enfim o nosso Centro de Atendimento de Síndromes Gripais e Covid, diante da redução da demanda. Superamos e estamos vivos economicamente”, enaltece.

Outro fato superado e que parecia ser difícil, segundo ela, foi a questão do transporte coletivo. “Nós conseguimos fazer, ainda no governo Eduardo Leite, a licitação do transporte coletivo, voltar a ter nas mãos da administração pública a organização do sistema e depois, no meu primeiro mandato, também conseguimos o transporte rural colocado no mesmo valor do urbano, o que foi uma grande conquista para a comunidade rural”, destaca. Segundo ela, tratavam-se de questões que vinham há 50 anos, que após resolvidas acabam caindo no esquecimento.

De acordo com Paula, problemas ainda existem, sobretudo após a pandemia, quando houve uma perda muito grande de receitas e de usuários. Nesse sentido, ela aponta que o transporte público é uma questão desafiadora para os gestores no mundo inteiro e que Pelotas está mais adiantada nesta questão do que se pode imaginar.

“O cartão Prati e os aplicativos em que se consegue saber a que horas vai chegar o próximo ônibus, onde ele está, além de uma Central em que se pode visualizar todas as linhas, saber os atrasos e possíveis falhas no sistema, o que antes não existia”, diz. A Central fica na Secretaria de Transporte e Trânsito, tecnologia que torna a cidade um polo no estado e um dos municípios que está mais avançado em controle do trânsito, diz.

Ainda sobre o fortalecimento de áreas do município, ela cita o caso do Sanep. “Apesar de ter sofrido bastante na pandemia porque houve muita inadimplência, temos uma autarquia saudável, que fez e faz investimentos históricos muito por conta da taxa do lixo”, aponta, citando que foi um remédio que “pareceu amargo” a princípio, mas permite soluções antes impossíveis.

“O Sanep era deficitário porque precisava usar a tarifa de esgoto e água para sustentar a coleta de resíduos sólidos, que é um dos segmentos mais caros do saneamento”, diz. Com a criação da taxa, ela aponta que o gasto foi sustentado e a tarifa de água e esgoto pôde ser utilizada para seus verdadeiros fins.

Conforme Paula, o Sanep é a única autarquia no Brasil que cuida dos quatro segmentos do saneamento – água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem. Ela explica que a drenagem não tem uma sustentação e tem que usar ainda as outras tarifas e taxas para se manter, um grande desafio para a cidade que é plana e alaga. “Mas inclusive nisso o Sanep está conseguindo fazer investimentos importantes”, diz.

Outra conquista é a retomada do projeto da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Novo Mundo e da ETA São Gonçalo, esta última que deve ser entregue ainda este ano e é o maior investimento feito nos últimos anos na cidade e que vai dar uma autonomia de 30 anos, ressalta.

Outros importantes feitos, segundo a prefeita, foram os investimentos em infraestrututa. “Pelotas empobreceu muito ao longo do século 20 e ao mesmo tempo cresceu, mas desordenadamente, e não deixou de ser polo, de uma região importante como a Zona Sul, sem que o município tivesse capacidade de investir em infraestrutura”, diz. Ela aponta que água, esgoto e drenagem são exemplos, mas não são os únicos e que a cidade como um todo ainda carece de pavimentação e iluminação adequada.

“A gente pode olhar para o copo meio cheio ou meio vazio. Se for olhar para o que falta, ainda temos mais de 300 quilômetros de vias sem pavimentação, mas se olharmos para o que foi feito recentemente a gente tem investimentos em absolutamente todos os bairros, em asfalto, iluminação, sem contar esgoto e limpeza de valetas, serviços públicos básicos”, diz.

Além da zona urbana, a chefe do Executivo pelotense aponta que a Colônia também não ficou de fora, com a construção de pelo menos cinco novas escolas, duas de educação fundamental, ainda no governo de Leite, a da Colônia e outra no Sítio Floresta, além de quatro novas escolas de Educação Infantil.

Paula destaca que foram reformadas e ampliadas 100% das outras escolas de educação infantil, que eram 27 e hoje são mais de 30. “Todas as outras, que eram precaríssimas quando nós assumimos em 2013, foram requalificadas e ampliadas”, assegura. O município possui no total 94 escolas, sendo 61 de ensino fundamental e 33 de educação Infantil. “O que queremos levar agora é a requalificação para as escolas de educação fundamental, que são em maior número, escolas maiores, que demandam mais tempo e recursos, mas 100% da nossa rede de educação infantil já foi requalificada”, diz.

Iluminação pública e espaços de lazer
Com a aprovação da Contribuição de Serviço de Iluminação Pública (Cosip), tornaram-se possíveis mais investimentos nesta área. Segundo a prefeita, muito já foi feito, com inúmeros pontos com led na cidade. “Queremos levar para os bairros e vamos começar este ano, mas serão necessários alguns anos para fazer a cidade inteira”, ressalta.

Este, segundo ela, é outro investimento importante na vida das pessoas, que muda a sua relação com o bairro, a exemplo dos investimentos na requalificação de espaços públicos. Paula também cita requalificação e criação de espaços em outros pontos, como no Parque Dom Antônio Zattera, na orla do Laranjal, avenida Saldanha Marinho, Barro Duro e Colônia Z-3.

“Acreditamos numa cidade com espaços públicos qualificados que atraiam as pessoas para conviverem com este espaço urbano, se encontrarem neste cenário que é a cidade”, diz. Segundo ela, isto tem efeito bom na vida das pessoas, citando a construção de dois ginásios novos, Carúcio e do Colégio Pelotense requalificados, pistas de skate na Guabiroba, Navegantes e no Parque Dom Antônio Zattera.

Paula lembra que neste ponto também entra a questão da segurança pública. Além de oferecer espaços esportivos e de lazer para as crianças, a administração buscou proporcionar sensação de segurança. “Um dos nossos grandes desafios foi diminuir os índices de violência na cidade com a criação do Pacto Pelotas pela Paz, que em cinco anos já tornou Pelotas uma referência brasileira nesta área”, diz.

Segundo ela, o bom exemplo vem da preservação de vidas de jovens, sobretudo porque a maioria das vítimas de violência, quando foi lançado o Pacto, eram pessoas entre 15 a 29 anos. “Hoje, a maioria das vítimas de homicídios em Pelotas mudou a faixa etária, entre 39, 45, 50 anos. Mudou o perfil do crime, que diminuiu e se refere a conflitos entre pessoas, não são mais aqueles crimes das organizações criminosas”, diz.

A resposta veio através das diversas estratégias desenvolvidas com mais de 50 projetos de prevenção à violência e uma integração entre as polícias, que hoje trabalham coletivamente e baseadas em dados científicos produzidos pelo Observatório de Segurança Pública.

Segundo a prefeita, a área é fundamental porque se relaciona com todas as outras. “No momento em que se consegue construir uma cidade menos violenta tudo se desenvolve melhor, a educação, a saúde, a geração de empregos, porque uma empresa quando decide onde se instalar ela vai olhar vários fatores, como a logística, o apoio do Poder Público, a questão da mobilidade, mas também vai ver o mercado consumidor, e vai olhar também para a questão da segurança”, ressalta.

O objetivo principal, segundo a prefeita, é criar um ambiente que seja propício ao desenvolvimento humano, social e econômico. “O nosso foco neste segundo mandato é muito as crianças. A gente precisa proteger as nossas crianças e estimulá-las porque elas são a geração que vai assumir as rédeas no futuro e a gente precisa de pessoas mais realizadas, mais felizes”, projeta.

Na Saúde, houve investimentos diferenciados na Rede Bem Cuidar, na atenção básica, que tem hoje seis Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde se desenvolveu um conceito que está sendo expandido para as demais, como a questão do acolhimento, por meio do Acolhe Bem, explica.

“Isso surgiu da Rede Bem Cuidar, que é a ideia de não ter fichas, mas todas as pessoas serem atendidas e se trabalhar com aquela questão da análise de risco. Tu determina se a pessoa é vermelha, amarela, verde ou azul, dependendo da gravidade. Aquelas que são menos graves são acolhidas e ouvidas, mas poderão ter o agendamento com o médico marcado para um outro dia, como acontece até na medicina privada”, diz.

Após a fase mais aguda da pandemia, problemas de síndromes respiratórias voltam à tona na área da Saúde, assim como a demanda por outros atendimentos. Paula afirma que as pessoas ficaram dois anos sem atendimento e agora, além das doenças típicas do inverno há pessoas que se fragilizaram ao longo destes dois anos e que estão impactando o sistema. Alternativas estão sendo buscadas, como a contratação de mais médicos para a Atenção Básica, novos leitos hospitalares e de retaguarda no pronto socorro, que devem ser anunciados em breve, afirma.

A prefeita destaca o sucesso no sistema de vacinação que foi organizado durante a pandemia. Além disso, através do programa Saúde Ativa, é repassado um recurso a mais para os hospitais, para que eles atendam em determinadas áreas além do que já é contratualizado. Com isso, lembra, foi possível zerar algumas filas, como nos exames de ressonância e tomografia.

“A demora caiu para, no máximo, uma semana, porque não há demanda reprimida e estamos lutando para poder diminuir ainda em outras áreas”, diz.

Quanto aos projetos futuros, a prefeita anuncia que há diversos projetos, em parceria com o governo do Estado e parlamentares. Entre as obras previstas ela destaca ainda o Avançar no Turismo, em parceria com o governo estadual, que irá permitir a requalificação, de forma profunda, do parque da Baronesa.

Serão investimentos em quadras esportivas em área degradada, que vai ser acoplada ao parque com uma área de esportes, requalificação de caminhos e iluminação. Também anuncia investimentos do Pavimenta, outra parceira com o Estado, na pavimentação da Estrada do Engenho, na beira do canal São Gonçalo, o que vai permitir aproximar a população do São Gonçalo, diz.

“O local onde eles moravam, na beira do canal, será requalificado com investimentos também em parceria com o Estado, com recuperação da área degradada e criação de um novo espaço de lazer. A Estrada do Engenho receberá pavimentação desde o seu início, no final da rua Tiradentes até a Chácara da Brigada e em trecho em que se junta com a Ferreira Viana, via e investimento importantes para a mobilidade urbana”, diz.

Ainda, estão em início de construção 250 novas casas populares, que vão ser distribuídas entre os bairros Navegantes, Vila Farroupilha e Getúlio Vargas, e 200 banheiros. Além disso, há a recuperação do antigo prédio do Banco do Brasil, numa parceira com o Estado e a Fecomércio, através do Iconicidades. Parte dos recursos necessários para as intervenções virão através de financiamento com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), já aprovado pela Câmara, e que deve ter o contrato assinado já no início deste mês de julho, que também será destinado a outras obras.

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