Por Álvaro Guimarães
O promotor Flávio Duarte, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal da Capital – 1º Núcleo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, apresentou no início da semana denúncia de corrupção passiva contra o ex-presidente do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Porto Alegre, Alexandre Garcia – que também presidiu o Sanep – e o ex-vice-prefeito de Pelotas, Fabrício Tavares.
Conforme a denúncia, em 2021, Garcia teria recebido R$ 517 mil indevidamente da empresa MG, que prestava serviço ao Dmae na manutenção do sistema de escoamento pluvial. O repasse do dinheiro teria sido intermediado por Tavares, na época advogado da MG.
Ainda segundo o promotor, Garcia teria recebido propina em 22 ocasiões, de forma direta e indireta. “Os investigados receberam 5% de todos os valores que eram pagos pelo Dmae para a empresa terceirizada, dos quais 4% foram sacados em espécie e 1% por meio de operações bancárias”, afirmou.
O que dizem Garcia e Tavares
As denúncias vieram à tona pela primeira vez no final do ano passado, através de um diretor da MG Terceirização, o empresário Luiz França. Em dezembro, Garcia declarou ao JTR que o fato já havia sido investigado pelos órgãos de controle do Dmae. “É um movimento político, essa denúncia foi feita no início de 2022 junto aos órgãos de controle, houve investigação e estou muito tranquilo, nenhum dos fatos narrados está relacionado a mim”, disse na época.
O ex-presidente do Dmae e do Sane afirmou ainda que as relações com a empresa MG sempre foram oficiais e que apenas uma vez se reuniu com Tavares, enquanto dirigia do Dmae. Já Tavares disse que a denúncia era falsa e atendia a interesses políticos.
Nesta quarta-feira (7), Garcia se manifestou através de nota na qual diz: “Estou tranquilo perante as denúncias e disposto a esclarecer quaisquer fatos e informações junto ao Ministério Público. Tenho convicção da minha idoneidade e convicto de que a justiça se fará presente e em breve esse assunto restará encerrado”.
O ex-prefeito seguiu na mesma linha e reafirmou que a denúncia não é verdadeira e que os valores que recebeu foram pagos como honorários por atuar na resolução de pendências administrativas da empresa quando o contrato com o Dmae foi rescindido.