Pescadores bloqueiam BR-382 em protesto contra exigências do Ibama

Manifestações iniciaram por volta das cinco da manhã. (Foto: Divulgação/PRF)

Pescadores das colônias Z3 (Pelotas) e Z1 (Rio Grande e São José do Norte), se reuniram em protesto na manhã desta quinta-feira (25), bloqueando o trânsito da BR-392 em dois trechos. As reivindicações são pela falta de autonomia no trabalho de pescado, principalmente em relação ao camarão e a tainha.

As manifestações iniciaram por volta das 5h. No km 9 da rodovia, próximo à Zona Portuária de Rio Grande, segundo a PRF 80 pessoas estavam no local no início da manhã. Já no km 61, na ponte sobre o Canal São Gonçalo, que liga Pelotas a Rio Grande, 40 trabalhadores estavam presentes no início das manifestações.

Com faixas, cartazes e caixas de transporte do pescado, os manifestantes trancaram a BR de forma intercalada a cada 15 minutos durante toda a manhã. O ato teve como objetivo chamar atenção para os problemas que eles vêm enfrentando para pescar e comercializar o camarão e a tainha. Segundo os mesmos, nas últimas semanas o Ibama têm aumentado a fiscalização com exigências que dificultam a rotina do trabalho.

O questionamento se dá a respeito da limitação do transporte do pescado que, segundo eles, o Ibama não permite que ultrapasse 200 kg. Entretanto, como alguns trabalhadores encaminham para outras localidades como Santa Catarina, o valor da venda para esse tanto de carregamento não paga nem o frete, sendo que os caminhões possuem capacidade para transportar várias toneladas.

Elton, pescador da Z3 e um dos coordenadores da manifestação em Pelotas, conta que de um tempo para cá as ações do Ibama se dão de forma truculenta, impedindo os pescadores de realizarem seu trabalho. “Eles (Ibama) tem abusado do poder e tratado o pescador pior do que um bandido”, conta. Ele também relata que “antigamente a própria Marinha fazia as vistorias, se tivesse que autuar, fazia, mas tudo tranquilo, hoje em dia o Ibama já chega tocando o terror”.

Os manifestantes também reclamam sobre o fato de o órgão estar exigindo documentações que não estão ao alcance dos pescadores, como a licença de pesca que há dois anos o Governo não consegue emitir e entregar aos mesmos, bem como um curso feito na Marinha que, devido a pandemia, está suspenso.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou toda a movimentação e intermediou para que haja uma reunião entre representantes do protesto e de órgãos ambientais. Ao final da manhã, o trânsito foi liberado.

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