
O governador Eduardo Leite (PSDB) esteve em Pelotas na quarta-feira (29) realizando uma vistoria nas áreas mais atingidas pelos alagamentos no município. Acompanhado da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e de outras autoridades do município, Leite também visitou as casas de bombas e diques e participou de uma reunião na Sala de Situação do 9° Batalhão de Infantaria Motorizado (9°BIMtz).
Em tanques militares do Exército, os gestores estiveram nas localidades inundadas no município, começando pelo Laranjal, especificamente no Balneário Valverde. Em seguida, a comitiva seguiu para uma vistoria nas casas de bombas e diques localizados na Estrada do Engenho e no Quadrado.
Depois das vistorias pela cidade, o governador participou de uma reunião na Sala de Situação. Na oportunidade, estavam presentes representantes do governo municipal e de várias outras cidades da região, especialistas e pesquisadores, militares, bem como representantes da Defesa Civil, CEEE Equatorial, Serviço Autônomo de Saneamento (Sanep), Portos RS e outros órgãos.
Durante o encontro, meteorologistas e hidrólogos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) explicaram sobre a situação no município e as medidas tomadas para contenção de estragos. Entre as ações, há o aprimoramento do monitoramento hidrológico da região com sensores e réguas, estudos relacionados com o caso de inundações de 1941, estimativa de alcance das águas sobre a cidade, elaboração dos mapas de risco, acompanhamento de medições dos canais e das previsões meteorológicas, entre outros. Antes de passar a palavra ao governador, Paula e os especialistas também trouxeram a notícia positiva quanto as previsões para a região, e referente a alteração no mapa de risco do município.
Em sua fala, Leite parabenizou o município pela gestão de crise. “Sobretudo, quero ressaltar o trabalho de coordenação de forças muito importante, muito bem feito. Com a liderança da prefeita Paula, mas com o envolvimento de todas as forças, da iniciativa privada, sociedade civil, forças de segurança, academia. (…) o que deu uma capacidade de resposta importante para a cidade. É claro que Pelotas e Região Sul tiveram a seu favor o tempo para se organizar, mas souberam fazer uso desse tempo”, elogiou o governador.
Também garantiu que estará junto aos prefeitos da Zona Sul para o restabelecimento e recuperação das cidades atingidas. “Já fizemos os primeiros repasses de valores de fundo a fundo da Defesa Civil de R$ 550 mil para gastos emergenciais para locação e manutenção de maquinários, custos humanitários e manutenção de abrigos. Vamos repassar mais recursos desse tipo para tudo o que a prefeitura quiser fazer, atrelados à lei. Também vamos disponibilizar até R$ 1,5 milhão em horas-máquina”, afirmou Leite. Para Pelotas especificamente, o gestor garantiu: “Também pedi para que a prefeita faça o mapeamento de projetos de resiliência, como é o caso do dique do balneário Valverde com casas de bombas que foram apresentados no nível federal para que apresente também ao governo do Estado para que possamos ajudar, até eventualmente liberando recursos diretos do Estado”.
Além disso, Leite apresentou ainda medidas e valores de investimento para a reconstrução do Estado presentes no Plano Rio Grande e o programa Volta por Cima. “Nós temos mais recursos
para serem repassados aos municípios que estão em calamidade, em especial. Mas, também, aos em situação de emergência para dar sustentação a ações emergenciais”, explica.
Ainda sobre o Plano Rio Grande, o governador detalhou mais a proposta. “Vamos montar um grande conselho da sociedade civil com câmaras técnicas. Não apenas com entidades empresariais, mas com movimentos sociais representativos para que nós tenhamos um grande conselho da sociedade. Isso é fundamental para que nós [governo] possamos receber as demandas, as críticas e as sugestões, e termos um acompanhamento da execução desse plano para além deste governo. A reconstrução vai ser mais rápida do que as pessoas imaginam, mas a reconstrução em novas bases, que se alinham aos conceitos de sustentabilidade, entende as mudanças climáticas e atua para reconstruir contemplando essa nova realidade climática, vai levar mais tempo”, declarou Leite.
Ao final da reunião, falando em nome dos municípios da Zona Sul, Paula informou ao governador que a região está à disposição do restante do Estado. A prefeita de Pelotas e presidente da Azonasul afirmou que os municípios estão propondo a criação de uma agência de desenvolvimento que, entre tantos projetos, tem foco na criação de “cidades resilientes”, compreendendo as mudanças climáticas como um diferencial competitivo, que pode promover desenvolvimento econômico e social. “Nós queremos nos oferecer ao Estado para colaborarmos, para trabalharmos juntos, oferecendo a nossa região para ajudar outras regiões, para aquilo que elas precisem e que isso sirva como uma injeção de ânimo nessas outras regiões e também como uma injeção de desenvolvimento de investimentos privados aqui na nossa região”, explica Paula.
“Nós sempre fomos uma região mais carente, mas agora somos uma região que tem mais força para ajudar outras que precisam. E acho que isso pode gerar aquele tão almejado desenvolvimento e harmonia do nosso estado. Então, conte conosco”, concluiu a gestora.

áreas alagadas e também as casas de bombas e diques localizados na Estrada do Engenho e no Quadrado. (Foto: Edu Rickes)