A rotina de trabalho do transportador de leite André Carrette começa às 3h e só permite descansar quando o produto estiver devidamente entregue à cooperativa em que trabalha, aproximadamente às 13h30. Assim, completa 28 anos de profissão, ofício este que herdou do pai Rudinei Carrette, de 73 anos, sendo motorista há 42 anos.
André já atuava na Cooperativa Regional de Laticínios da Região Sudoeste do RS (Colacti) quando esta se fundiu à Cooperativa Regional de Laticínios Pelotense Ltda. (Coolapel) para dar início à Cooperativa Sul-Rio-Grandense de Laticínios Ltda. (Cosulati). Ele conta que nesta época o leite ainda era transportado em tarros metálicos e que chegou, inclusive, a trabalhar três anos com essa prática manual. Conforme o profissional, hoje em dia, além dele, o pai e o irmão, Rudimar, de 53, trabalham em uma frota de quatro caminhões-tanque no sul do estado.
Mas nem sempre tudo sai como o esperado. André destaca que a maior dificuldade da profissão é a estrada. Os vários buracos resultam nos atolamentos dos caminhões, impossibilitando o cumprimento da jornada de trabalho no tempo esperado. Nesses momentos, a qualidade do leite é garantida, por até 24 horas, devido ao resfriamento dos caminhões-tanque.
Em uma ocasião, enquanto André trabalhava, a tecnologia do caminhão Romeu e Julieta (designação para caminhão que traciona uma segunda carroceria) foi testada quando a segunda parte desprendeu-se e saiu da estrada, na altura de Porto Alegre. “O susto foi grande, mas não houve feridos, foram apenas danos materiais”, relembra.
Ainda, o motorista percorre o interior de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar diariamente, a fim de recolher 3 mil litros de leite para a Cosulati, empresa em que trabalha há tantos anos. “Cresci aqui, toda a vida aqui, não penso em largar”, finaliza.