Parceiros na Caridade de Pelotas sonham com sede própria em 2022

Distribuição de refeições ocorre aos domingos, na praça Dom Antônio Zattera. (Foto: Rafael Didis Photos)

Após mais de seis anos de ações pelas ruas da cidade em favor da população em situação de rua, o projeto Parceiros da Caridade, que tem à frente o professor Horácio Severi, almeja para 2022, a concretização de um sonho, a conquista de uma sede própria para o grupo. “Um ponto de referência para este público que atendemos, onde possam ser produzidas as refeições e quem sabe, oferecidos cursos para que estas pessoas possam buscar o seu sustento por conta própria”, diz Severi. Ao longo de 2022, esta meta será colocada em prática, na busca, quem sabe de parceiros, que possam disponibilizar um local, na área central, para este fim.

E o que os Parceiros têm em comum com o Natal? A solidariedade, que é despertada nesta época do ano, o amor pelo próximo e a busca do bem-estar e de uma vida e alimento dignos para todos, só que ao longo de todo o ano. A iniciativa surgiu a partir de rondas noturnas pela cidade, com um grupo de voluntários, para levar alimento, agasalho e uma palavra de conforto a esta população dessassistida. “Fazer o bem pode ser apenas ouvir o que o outro tem a dizer”, diz o professor.

Com a pandemia, surgiu a Geladeira Solidária, que durante um período ficou disponível na calçada, no Centro da cidade, onde as pessoas colocavam alimentos e quem precisava se servia, de acordo com a necessidade. No último ano, foi idealizado então o coletivo Parceiros na Caridade, com a distribuição de marmitas todos os domingos, ininterruptamente, na praça Dom Antônio Zattera, pela rua Amarante.

Neste dia, os voluntários se reúnem no local entre 11h e 11h30, trazendo as refeições que conseguiram preparar em casa, sucos e sobremesas, uma refeição completa, distribuídas na ordem da longa fila que se forma no local. No início eram servidas entre 60 e 80 pessoas, mas com o agravamento da situação de algumas famílias com a pandemia, a demanda aumentou e hoje chegam a 300 refeições, diz o professor. “Quando pensamos nessa ação ela seria somente por dois meses e, no fim, durou todo o ano”, diz Severi, anunciando um pequeno recesso, neste final de ano. Mas o trabalho não para totalmente e alguns voluntários estarão de prontidão para atender aos assistidos, que são os moradores de rua.

Além das refeições, cestas básicas e agasalhos, o grupo faz a ponte entre os assistidos e o Poder Público, seja na agilização de documentos ou qualquer outra demanda que surja. O grupo também planeja uma ação com entrega de cestas básicas, para famílias já credenciadas e alguns voluntários organizam uma ação de Natal e devem divulgá-la pelas redes sociais.

Para possibilitar a distribuição de tantas refeições, o Parceiros conta com a ajuda de outros parceiros, padarias e restaurantes locais, empresas locais que fornecem pães, pizzas e complementam as refeições preparadas pelos voluntários, alguns através de doação, outros ao custo de R$ 8,00 por refeição, explica.

E toda a ajuda é bem-vinda. Ela pode vir através do preparo de um número de refeições ou até mesmo por meio de um PIX (62067036068), de qualquer valor, que somado a outros resultam na aquisição destas viandas que faltam.

Muitas das pessoas assistidas deixaram de comer nas lixeiras da cidade, receberam mais do que o alimento para o corpo, roupas, acesso à leitura, música e aos órgãos competentes do Estado. Receberam também uma palavra de incentivo, um aceno, um sorriso e aquele estímulo para que dias melhores possam acontecer na vida de todos, ressalta o professor. “Nunca vai ser apenas uma refeição”, finaliza.

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